Segurança: Viva-voz não diminui riscos no trânsito

Afirmação é do professor e pesquisador da USP, José Aparecido da Silva

qui, 05/09/2002 - 16h32 | Do Portal do Governo

Embora deixem as mãos livres para dirigir, os aparelhos tipo viva-voz não são mais seguros que os celulares manuais quando usados por um motorista.

A conclusão é do professor José Aparecido da Silva, do Departamento de Psicologia e Educação do Campus da USP de Ribeirão Preto. Silva é pesquisador da área de psicofísica e percepção, especialista em processos sensoriais e se dedica principalmente à psicologia do trânsito.

A análise de Silva desmonta o argumento – surgido com a recente proibição do uso do celular por motoristas – de que o viva-voz, ao deixar livres as mãos do usuário, preservaria sua destreza manual e capacidade motora, não prejudicando a dirigibilidade. ‘Os dados experimentais analisados provam o contrário’, alerta o professor. ‘O comportamento de dirigir não envolve apenas a habilidade motora, mas também uma habilidade cognitiva global: não adianta ficar com as mãos livres, pois a conversa ao telefone é carga mental (cognitiva). Estar com as mãos ocupadas é apenas a interferência mais elementar’.

O pesquisador afirma que há um limite na carga cognitiva humana, que não permite que se atenda sem erros a um número muito grande de estímulos apresentados simultaneamente. ‘Essa limitação é comparável às limitações do nosso aparelho físico, que nos impedem de carregar uma carga muito pesada’.

Agência USP