Segurança: Polícia paulista prende líder da principal quadrilha de seqüestros do País

Pedro Ciechanovicz foi preso em Curitiba após nove horas de negociação

seg, 10/02/2003 - 19h57 | Do Portal do Governo

Pedro Ciechanovicz, 49 anos, comandante da maior organização de seqüestradores do Brasil, foi preso nesta segunda-feira, dia 10, por policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), em Curitiba (PR).

Em casa, Pedro se entregou ao delegado Everardo Tanganelli, divisionário do Denarc, após nove horas de negociação.
A pedido de Tanganelli, o líder do bando ordenou que uma das ‘células’ (grupos que atuam de maneira independente) libertasse o empresário João Bertin, 82 anos, seqüestrado há 157 dias na cidade de Lins (Interior de São Paulo).

Investigação

O delegado Everardo Tanganelli iniciou suas investigações sobre a quadrilha em outubro de 2001, quando era titular da Seccional de Sorocaba (Interior de São Paulo). Nesse período, o empresário José Luiz Lanaro, filho de empresário com o mesmo nome, foi seqüestrado e assassinado com 14 tiros. Logo em seguida, o também empresário Roberto Benito Júnior foi seqüestrado em Salto (região de Sorocaba).

As investigações revelaram coincidências entre os casos, como a forma de agir dos criminosos. O resultado foi a prisão de dois acusados de envolvimento nos seqüestros: Vanderlei José da Silva e Reinaldo Lima e Silva.

Em maio do 2002, o delegado veio para o Denarc e verificou que um dos integrantes da organização, Osman Hassan Issa, fora denunciado por tráfico de drogas e tinha ligação com Anderson Manzinni, parceiro de Wanderson de Paula Lima, o Andinho. Desde então, 13 acusados foram presos e indiciados, e várias testemunhas foram ouvidas. Osman Issa, o Turquinho, mantinha contas no Líbano para lavar o dinheiro dos seqüestros.

Para facilitar a investigação, Tanganelli montou a organização da quadrilha em um organograma.

No mapa dos seqüestros (que reunia mais de 40 envolvidos), Pedro Ciechanovicz aparecia no centro. Ele era a ‘célula-mãe’, o cabeça da estrutura e determinava o levantamento das vítimas, a forma de arrebatamento, local de cativeiro, negociação, divisão do lucro e controle do capital arrecadado.

Prisão

O esconderijo de Pedro foi cercado às 20 horas de domingo, dia 9. Armado com duas pistolas, ele reagiu e houve intenso tiroteio em sua casa, localizada no bairro Pinheirinho, em Curitiba (PR). Chegou a tomar a mulher como refém, ameaçando matá-la e depois cometer suicídio.

Para chegar até Pedro, as equipes de investigação contaram com a ajuda da Polícia Federal do Paraná. Nos últimos três dias, Pedro passou pelo Paraguai e pelas cidades paranaenses de Maringá, Teodoro Sampaio e Curitiba, entre outras.

Após ser preso, Pedro foi encaminhado para o Denarc de São Paulo, onde será ouvido pelos policiais.

Antônio Carlos Silveira, da Secretaria de Segurança Pública
C.A