Segurança: Para agilizar atendimento policiais usam bicicletas no combater a criminalidade

Vinte e cinco PMs ciclistas patrulham a região central

ter, 10/08/2004 - 10h11 | Do Portal do Governo

São 18 horas do dia 27 de julho na cidade de São Paulo. Na região central da Capital do Estado, o trânsito de veículos é insuportável. Aproveitando essa situação, dois homens entram em uma agência bancária na congestionada avenida Rio Branco para fazer um assalto. Durante o roubo, a polícia é acionada, e em questões de minutos, vários policiais militares cercam o local. O meio de transporte usado? Bicicletas. Uma hora depois, um dos criminosos é preso.

Nessa ocorrência, o atendimento ágil só foi possível graças ao policiamento ciclístico, realizado na região central desde agosto de 2003. Os 25 ciclistas da 1ª Companhia do 13º Batalhão patrulham o bairro do Bom Retiro pedalando mais de 6 horas por dia em locais com grande aglomeração de pessoas (como o Parque da Luz) e de veículos (como é o caso da avenida Rio Branco e de outras ruas).

“Além da agilidade de deslocamento, esse tipo de policiamento aproxima muito os policiais da comunidade, evitando principalmente os roubos”, comentou a ten. cel. Ângela Vasconcelos, comandante do 13º Batalhão. “É preciso deixar claro que esses policiais não trabalham isolados, e sempre contam com o apoio das viaturas”, acrescentou.

No dia 15 de agosto, o policiamento será ampliado na região. “Entregaremos 40 bicicletas para a 3ª Companhia, que atua no bairro do Pari, por meio de uma parceria com a comunidade”, explicou a ten. cel. Ângela.

Preparo físico

Não basta ser policial, é preciso ser atleta. “Trabalhamos mais de 6 horas em cima da bicicleta. Fora isso, fazemos atividades físicas na sede do Batalhão”, diz o Cabo Edson Rodrigues, que quando necessário também é o “CGP Bike” (Comandante do Grupo de Patrulha). Nas patrulhas, um sargento lidera cerca de oito policiais.

“Entramos em qualquer lugar e chegamos primeiro em muitas ocorrências, que vão de brigas de rua a roubos a transeuntes”, conta Edson. Por isso, além do preparo físico diferenciado (“Já perdi 15 quilos em 7 meses”, confessa o Cabo), os policiais treinam à exaustão diversas técnicas de abordagem com as bicicletas. Em questão de segundos, as “magrelas” transformam-se em armas. “Com o treinamento diário, sempre estamos aperfeiçoando nosso trabalho”, comentou o “CGP Bike”.

Entre as técnicas mais usadas, destacam-se o take down e o equilíbrio. “No primeiro, quando o criminoso tenta arremessar algum objeto contra o policial, descemos da bicicleta e a giramos no ar, o que pode até derrubá-lo. Já no equilíbrio, sacamos o revólver sem descer da ‘bike’, que continua em movimento”, explicou Rodrigues.

Outro tipo de abordagem comum é uma espécie de “rasteira”, onde o policial joga o pneu traseiro em cima de um criminoso que esteja fugindo a pé. “É bom deixar claro que todas as abordagens são feitas em dupla. E nas ocorrências de maior gravidade, como foi o caso do roubo a banco, contamos com o apoio de viaturas”, disse o cabo.

Os policiais ciclistas sempre andam com capacete e radiocomunicadores. As bicicletas são um detalhe à parte: equipadas com 18 marchas, possuem um bom desempenho em ladeiras e descidas íngremes, e também contam com um banco anatômico e porta-documentos. Alguns policiais personalizam suas bikes com uma sirene, que serve tanto para amedrontar os bandidos como para alertar pedestres desavisados.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública
Por Fábio Rogério
V.C.