Segurança: Denarc desmantela quadrilha que vendia celulares clonados para traficantes

Os aparelhos eram vendidos para os detentos nas cadeias e presídios de São Paulo

sex, 16/07/2004 - 10h50 | Do Portal do Governo

Uma quadrilha especializada em clonar celulares e habilitar linhas “virgens” da Empresa de Telecomunicações Vivo foi desmontada por policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), na quarta-feira, dia 14. Os aparelhos com as linhas eram vendidos para traficantes e para detentos de cadeias e presídios de São Paulo. Segundo o Denarc, o esquema montado pelos acusados era usado também na montagem das centrais clandestinas de telefones de uma facção criminosa.

Técnicos do combate a fraudes da Vivo, que acumula mais de R$ 15 milhões de prejuízos com esse tipo de golpe, estão ajudando nas investigações para identificar funcionários da empresa a serviço dos presos. Os presos tinham todos os códigos e programas necessários para habilitar as linhas.

Foram detidos pelos policiais da 1ª Dise (Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes), os seguintes acusados: o comerciante Florisvaldo Alves da Silva, de 33 anos, dono de uma agência de venda de automóveis em Itu, Interior, a dona-de-casa Débora Ferreira de Almeida de Souza, de 28, o técnico em informática Carlos Eduardo Cândido de Souza, de 25, o aeroviário Obertson Mello de Castro Santos, de 21, e o operador de sistemas de alarme Claudenir Quaresina Júnior, de 25.

Os investigadores da equipe do delegado José Ordele Alves de Lima Júnior apreenderam dezenas de celulares, computadores, disquetes com programas de uso exclusivo da Vivo, documentos com nomes e apelidos de clientes dos acusados, listagem com milhares de números de celulares vendidos ou à disposição para ser clonados. Além de números de uso corporativo da Vivo, cujo acesso é restrito a funcionários da empresa, e equipamentos para operacionalizar a clonagem dos telefones.

O primeiro a ser preso foi o dono da agência de automóveis, conhecido como Fula, na rua Caetano Ruggieri, 2.807, no Parque Nossa Senhora Candelária, em Itu. No local, os investigadores apreenderam computador e programas da Vivo, às 11h de anteontem. Depois, os policiais foram até a casa de Débora, na rua Odemis, 199, Campo Limpo, zona Sul, onde os demais acusados foram presos. No apartamento havia dezenas de aparelhos de celulares, mais programas da Vivo e anotações do comércio de linhas.

Técnicos da divisão de combate a fraudes da Vivo passaram a madrugada de hoje auxiliando os policiais na identificação das linhas clonadas. Segundo eles, há linhas novas da empresa nas relações encontradas com a quadrilha. Centenas dessas linhas são virgens, ou seja, nunca foram utilizadas e somente funcionários poderiam fornecer os números e códigos para a habilitação desses números. Segundo delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc, o desmonte da quadrilha é um duro golpe contra traficantes e presidiários que faziam uso do esquema.

“Também desarticulamos um braço importante na montagem das centrais telefônicas”, contou o diretor. Um dos presos, Claudemir, é ex-prestador de serviços da Telefônica. O delegado Everardo Tanganelli, divisionário da Dise, disse que as investigações ainda estão em andamento para a identificação de outros envolvidos, como eventuais funcionários da Vivo.

Por Antonio Carlos Silveira
Da Assessoria de Imprensa da Segurança Pública
V.C.