A situação requer total concentração. A cada cômodo, uma surpresa: na cozinha um homem segura um martelo; na sala, o sujeito brinca com uma faca, e, no quarto, um homem aponta uma arma para a refém. O cenário lembra um filme de suspense, mas trata-se de uma simulação de favela, construída na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, onde policiais do curso de Direitos Humanos aprendem, na prática, a reagir adequadamente aos diferentes casos propostos.
O curso foi implantado pela Polícia Militar, numa parceria com a Cruz Vermelha, em 1998 e, hoje, já são 380 multiplicadores dos ensinamentos espalhados pelo Estado de São Paulo. Ainda em 2005, serão 400. O objetivo é conscientizar o policial de que a arma é o último recurso disponível para se fazer prevalecer a lei.
Para isso, os oficiais aprendem tiro defensivo para preservação da vida, tanto do refém e do suspeito quanto do policial. “Arma só em casos extremos”, alerta o delegado e formando, Laércio Belo de Oliveira, da Academia de Polícia Civil. Ele ainda ressalta: “É muito importante que haja interação entre Polícia Civil e Militar e o curso oferece esta oportunidade”, diz.
O curso inclui ainda aulas teóricas na área de direitos humanos. “Os ensinamentos são essenciais para todo e qualquer policial, pois esta é a nossa ferramenta de trabalho. É a aplicação da lei utilizando-se dos recursos dos Direitos Humanos”, destaca o Capitão José Carlos de Campos, da Polícia Ambiental de Taubaté e 1º lugar no curso.
1ª Formatura de 2005
No mês de maio, a primeira turma de oficiais de 2005 se formou no curso de Direitos Humanos: são 16 oficiais e 1 delegado. Os formandos são do Batalhão de Choque, da Polícia Ambiental e dos batalhões de área da Capital, Grande São Paulo (Guarulhos) e do Interior (Jundiaí, Mogi Guaçu, Fernandópolis e Marília).
Joyce Ribeiro, da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública
