Segurança: Conseg Jardim Miriam urbaniza margens da Represa Billings e promove segurança

Arborizado e transformado em área de lazer segura, local tem, agora, parque infantil e duas pistas de corrida

sex, 07/10/2005 - 20h37 | Do Portal do Governo

As margens da Represa Billings localizada no bairro Jardim Miriam, na capital, já serviram de depósito de sujeira, desova de cadáveres, ponto de drogas e esconderijo de criminosos. A degradação era tal que os moradores evitavam passar pelo local.

Agora, limpas e urbanizadas, receberam duas pistas de atletismo (uma de 1,5 km e outra de 1 km), parque infantil, bancos de madeira e árvores. Desde então, o lugar passou a ser freqüentado por crianças, idosos e esportistas. ‘Isso tudo era um matagal só, totalmente abandonado e amedrontador’, lembra José Carlos Antn, morador da região desde 1950. ‘Agora, ajudamos a aparar as árvores e limpar tudo’. O projeto de urbanização foi criado e realizado pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Jardim Miriam em parceria com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S/A (Emae) e moradores da região.

O presidente do Conseg Jardim Miriam, Manuel Messias dos Santos, diz que a Emae forneceu o material utilizado na construção das pistas e do parque. O trabalho foi feito por voluntários. Esse esforço conjunto garantiu até premiação: a iniciativa foi uma das 17 a receber o Prêmio Franco Montoro, em maio. ‘Estamos felizes com o resultado e ao ver o público freqüentar o local como área de lazer’, afirma Santos.

Brincadeiras e exercícios – Jane Félix da Silva diz que trouxe as crianças (a filha Ana Paula e o sobrinho Leandro) logo que a pista ficou pronta: ‘Moramos perto e basta um sol para corrermos para cá. É legal, não tem assalto e sinto-me segura. Aqui não tem mais perigo’. Há cinco meses em São Paulo, a catarinense Cristiane Araújo soube da novidade pelos vizinhos. Diz que no começo ficou com receio de caminhar sozinha, agora, está se acostumando: ‘Não vi nada de anormal e tem bastante gente correndo pela manhã. Então, sinto confiança’.

Morando diante do parque, Cíntia Carolina de Oliveira passa pelo menos três horas por dia no local. ‘Gosto de todos os brinquedos, mas prefiro o balanço’. Sua colega e companheira de travessuras, Monique Cândida dos Santos, gosta do escorregador, de bola, do balanço e de corre-corre. ‘Em casa não tenho com que me divertir, aqui é gostoso’.

O aposentado Valdevino Barbosa vai com freqüência à pista e costuma fazer metade do caminho. Uma vez por semana se arrisca a percorrer toda a distância. ‘Venho quase diariamente para conversar’, conta. Seu amigo de bate-papo é Amauri Leandro, que afirma: ‘Todo santo dia meu lugar é esse. Chego às 7 horas e volto para casa à tarde, por volta das 15 horas. Fico para lá e para cá batendo papo com as pessoas’.

Trabalho comunitário – Há seis anos trabalhando no Conseg, dois dos quais como presidente, Santos recorda que antes ‘tudo o que não prestava jogavam na Represa Billings’. A urbanização das margens e o policiamento intenso puseram fim na situação de degradação ambiental, acrescenta. ‘A segurança e o lazer são fundamentais e trazem benefícios à população. É uma região carente, violenta, sem área de lazer e abriga várias favelas’. De acordo com Santos, no Jardim Miriam os assaltos e roubos de carro respondem pelo maior número de reclamações. As mortes violentas são uma constante, apesar de estarem diminuindo com o trabalho preventivo e atuante do Conseg.

Assassinato com arma de fogo, ocasionado por brigas de bar, é o campeão do ranking. Em seguida, estão os problemas relacionados a drogas (especialmente cocaína e maconha) e desmanche de carros.
Para fazer frente à situação, o Conseg, localizado na delegacia do bairro, dispõe para a comunidade a ‘caixa secreta’. Feita de madeira ela é denominada ‘Espaço da comunidade’, na qual as pessoas podem depositar sugestões ou denúncias, sem necessidade de identificação. O Conseg Jardim Miriam tem oito diretores, uma secretária e um assessor. Na primeira segunda-feira de cada mês, realiza reunião, às 19h30, com a presença de 70 a 80 pessoas para discutir os principais problemas do bairro. São questões de moradia, saneamento básico, educação, lazer e, principalmente, segurança.

Kátia Teixeira, uma das componentes do mutirão da limpeza da área de lazer à beira da represa, recorda: ‘Tudo começou quando descobrimos que o Conseg podia realmente nos ajudar e atender nossas solicitações. Hoje sabemos que funciona mesmo’. Sua colega, Ivete Dionísio Scomparin, comenta que o lugar promoveu qualidade de vida aos moradores: ‘Antes tinha lixo, entulho e muito abandono. Com a instalação da pista, melhorou bastante, mas continuamos a fiscalizar e a cuidar’.

Claudeci Martins da Agência Imprensa Oficial
C.A.