Segurança: Academia de Polícia inicia aulas para 337 novos investigadores

Curso de formação terá duração de seis meses

qui, 14/07/2005 - 11h08 | Do Portal do Governo

Os 337 novos investigadores de polícia iniciaram, na última quarta-feira, as aulas na Academia de Polícia Civil de São Paulo. O curso terá duração de seis meses, com 27 disciplinas e 18 palestras, e não promete ser nada fácil. “Na academia, vocês aprenderão desde dar tiros, subir em cordas, descer de helicóptero, até compreender o inquérito policial. Por isso, os investigadores precisam ser ecléticos”, salientou o delegado-geral em exercício, Luís Carlos dos Santos.

Rafael Sandrim Siena, o primeiro colocado no processo de seleção, diz que a expectativa em relação ao curso é a melhor possível, já que este é o primeiro concurso a exigir dos candidatos o nível superior.

Santos informou que estão na academia 649 investigadores: 105 do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), 207 do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), e mais os 337 integrantes dos oito Deinters (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo-Interior).

O concurso foi realizado em duas etapas: uma dissertativa e objetiva (testes) e outra oral. O candidato aprovado necessitava dominar Matemática, Língua Portuguesa, Informática, Conhecimentos Gerais e Direito. A cerimônia de posse dos novos investigadores de polícia ocorreu na terça-feira (12), no Espaço Cultural do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), no Ibirapuera, zona sul da capital.

Cerimônia de posse

Os 337 aprovados receberam o distintivo e a funcional na cerimônia de posse, o que lhes dá o poder de polícia, outorgado pelo Estado. O delegado-geral ressaltou: “A partir da assinatura do livro de posse, os novos investigadores já têm o dever de combater o criminoso”.

Estavam presentes na solenidade: o delegado-geral em exercício, Luis Carlos dos Santos, o secretário adjunto da Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira, o delegado diretor do Detran, José Francisco Leigo, a delegada e deputada estadual Rosmary Côrrea, e o coordenador da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Celso Periolli. além de ex-delegados de polícia e presidentes de associações e entidades de classe.

Emocionados, os delegados relembraram do momento em que também participaram do concurso para investigadores de polícia. “Já passei pelas mesmas emoções que vocês”, recorda Rosmary. Já Santos destacou que a tarefa de investigador não é fácil: “Vocês terão muitos cabelos brancos, serão muito cobrados e perderão datas especiais ao lado dos familiares para auxiliar a população”.

O secretário adjunto, Marcelo Martins de Oliveira, chamou a atenção dos investigadores para a importância de realizar o trabalho sempre na legalidade: “Os 2.000 policiais que saíram da legalidade foram punidos com o rigor da lei e deixaram a carreira policial pela porta dos fundos”.

Carreira

Os investigadores devem saber dar tiros, apresentar os acusados à polícia e participar ativamente do inquérito policial, apresentando sempre que possível novos dados que auxiliem no esclarecimento de crimes. “Investigadores são o elo entre a investigação de ponta das delegacias e o que está acontecendo nas ruas”, destacou o delegado-geral, que complementou: “Vocês são o sangue novo injetado nas veias da instituição”.

O destaque foi dado à participação crescente das mulheres: “15% dos empossados são do sexo feminino, o que demonstra a força da mulher, que vem se destacando e apresentando excelente serviço na Polícia Civil”, enfatizou Santos.

Dificuldades

Os novos investigadores são do Interior do Estado de São Paulo e serão alojados em repúblicas oferecidas pela própria Academia de Polícia. A delegada Rosmary lembrou que além de o curso ser extremamente rigoroso, os primeiros seis meses serão os mais difíceis até mesmo por questões financeiras, já que a maioria está distante dos familiares.

Secretaria da Segurança Pública

(LRK)