A Secretaria da Segurança Pública realiza pela primeira vez, no Estado de São Paulo, um curso de nível superior integrado, com a participação conjunta das polícias Civil e Militar. A aula inaugural do Curso Superior de Polícia – CSP foi realizada nesta segunda-feira, dia 4, pelo secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho.
O objetivo do curso integrado é capacitar oficiais graduados e delegados de primeira classe a exercerem os cargos e encargos dos mais altos comandos e chefias das polícias Militar e Civil, cargos de coronel na Polícia Militar (PM) e delegado de classe especial na Polícia Civil, tendo como princípio básico a mesma forma de atuação em ambas as polícias.
‘Este curso é importantíssimo para a política de segurança pública não só do Estado como a do Brasil, servindo de referência para outros Estados’, disse o delegado divisionário da Secretaria de Cursos Complementares da Academia de Polícia do Estado (Acadepol), José Emílio Pescarmona. Ele acrescenta: ‘Esta é a primeira vez que oficiais militares e policiais civis freqüentam juntos um curso de nível superior. É um passo importante para a integração das polícias’.
Curso – Serão 30 delegados de primeira classe e outros 30 oficiais superiores, entre eles, majores e tenentes-coronéis, que estarão durante 55 semanas participando juntos, em sala de aula, do curso de pós-graduação, stricto sensu, em nível de doutorado. Entre as matérias contidas na grade curricular estão:
– Gestão Contemporânea pela Qualidade
– Sistemas de Segurança Pública
– Abuso de Autoridade
– Paradigmas Científicos e Técnicas de Pesquisa
‘Estimular o desenvolvimento de fórum de debates, produção científica e consolidar estudos avançados sobre políticas, estratégias e sistemas de segurança pública, no contexto estadual, federal e internacional também fazem parte do objetivo do primeiro CSP – Polícias Civil e Militar’, explicou o coordenador de cursos de pós-graduação do Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores (Caes), o capitão da PM, Airton Edno Ribeiro.
Ao fim do curso, em dezembro, cada aluno deverá produzir uma monografia tendo como tema assuntos de interesse técnico das corporações. Farão parte da banca examinadora, além dos orientadores técnicos, estudiosos, oficiais, delegados, acadêmicos, juizes e promotores.
Histórico – O Curso Superior de Polícia (CSP) é ministrado na PM, desde 1970, e na Polícia Civil foi implantado um pouco mais tarde, a partir de 1995, e esta é primeira vez que as aulas serão unificadas. “A partir de agora, policiais civis e militares estarão dividindo o mesmo espaço físico, nas salas de aulas”, explicou o capitão Ribeiro.
Hierarquia – Para se chegar ao patamar mais alto da Polícia Civil – delegado de classe especial – é necessário ser promovido várias vezes, passando de delegado – classe 5 – até chegar a classe 3, quando terá de fazer um curso de aperfeiçoamento para ser promovido a delegado classe 2 e, posteriormente, a delegado classe 1, quando é obrigado a fazer o CSP. A partir daí, o policial estará habilitado a ser promovido a delegado classe especial, que poderá exercer as funções de delegado geral, diretor de departamento ou diretor de divisão e seccionais.
Na PM, o aluno tem de prestar vestibular na Fuvest para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Ao término, ele é declarado aspirante a oficial. Logo após, ingressará no quadro de oficiais passando pelos postos de segundo tenente, primeiro tenente e capitão. Para chegar a major e depois a tenente coronel terá de fazer o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. O oficial que almeja obter a graduação de coronel terá de ser aprovado no CSP, curso que é aberto também a participação de tenentes-coronéis e capitães.
