Saúde: Unesp Araraquara dá dicas para evitar problemas com o sol nas férias

Cuidados com a pele, como uso de bloqueador solar e camiseta, devem ser seguidos

ter, 28/12/2004 - 9h41 | Do Portal do Governo

Boa parte dos viajantes em férias quer ganhar uma cor morena, sensual e perene em apenas uns poucos dias de praia. A decepção é inevitável e, não raro, traumática. Uns ganham apenas uma baita insolação. Outros se esbaldam no primeiro dia e passam os outros em casa entre pomadas e abanos. A excessiva exposição ao sol também pode provocar a redução dos mecanismos de defesa do organismo com o agravamento de certos problemas de saúde.

Para Marcos Antonio Corrêa, professor de Cosmetologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da UNESP, campus de Araraquara, os dois primeiros itens da lista de quem pretende tomar sol devem ser um bronzeador e um protetor solar de amplo espectro. O primeiro para quem está interessado em ‘pegar uma cor’; o segundo, para que a face não fique desprotegida. Ele adverte, no entanto, que os produtos devem ter boa procedência. Nesse caso, não convém correr riscos, comprando fórmulas alternativas ou seguindo receitas caseiras. ‘Produtos feitos com folha de figo, por exemplo, podem provocar queimaduras brutais’, alerta. ‘Neste caso, nem sempre o que é natural é bom’.

Os conselhos do professor Corrêa, no entanto, são mais abrangentes. Além da compra de bons produtos, outros cuidados devem ser tomados. O primeiro deles é ser ‘generoso’ com a quantidade aplicada sobre a pele. ‘Uma pessoa que tem um 1,70 metro de altura e cerca de 70 quilos de peso deve passar cerca de 40 gramas do produto sobre o corpo. A primeira aplicação deve ser feita meia hora antes de ir à praia. Em média, a cada duas horas, é preciso reaplicar o produto. A mesma medida é recomendável após o banho de mar’, orienta.

A adoção dos cuidados citados não implica que as pessoas devam se expor ao sol no período que vai das 10 às 15 horas, nem abrir mão do uso de camisetas para aumentar a proteção: ‘Se o guarda-sol for revestido de poliéster, por exemplo, é preciso aumentar os cuidados, pois a proteção que ele oferece não é suficiente’. ‘As maiores vítimas da exposição inadequada ao sol são as crianças e os indivíduos de pele muito clara. As orientações dirigidas aos que vão à praia servem para quem se dirige à montanha’, alerta Corrêa

Fator proteção

Marcos Antonio Corrêa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, explica que os fatores de proteção solar (FPS) existentes no mercado foram normatizados levando-se em consideração os raios ultravioleta do tipo B. ‘A sigla FPS é válida somente para a radiação UVB’, destaca.

De acordo com ele, entre os filtros existentes, nenhum é capaz de conter 100% dos UVB. ‘É pouco significativo o aumento de proteção do FPS a partir de 30’, diz (veja quadro). Por essa razão, ele aconselha ao consumidor que faça uma avaliação custo benefício antes de optar por um FPS acima desse fator.

Com relação à proteção para UVA, Corrêa explica que ainda não existem produtos que contenham uma proteção específica. Isso acontece porque a preocupação dos fabricantes sempre foi a rápida formação de eritemas provocadas pelos UVB. ‘Atualmente já existe a preocupação dos pesquisadores em determinar também um nível de proteção contra a radiação UVA, que, embora não cause eritema, atinge as camadas mais profundas da derme, causando a flacidez dos tecidos.’

FPS nível de retenção de UVB em %
FPS 8…………….87,5%
FPS 15…………..93,3%
FPS 20…………..95,0%
FPS 30…………..96,7%
FPS 40…………..97,5%
FPS 60…………..98,3%

Da Assessoria de Imprensa da Unesp Araraquara

C.C.