Saúde: TV Cultura apresenta programa especial sobre a talassemia

Anomalia genética atinge de 3% a 6% dos brasileiros, a maioria de descendente de italianos

sex, 07/02/2003 - 10h19 | Do Portal do Governo

Neste sábado, dia 8, a série Saúde Brasil da TV Cultura apresenta programa especial sobre a talassemia, doença de risco e pouco divulgada na mídia. A moléstia é anomalia genética que tem os sintomas confundidos com a anemia comum e em suas variações mais graves causa danos ao organismo, podendo ser letal.

O documentário, que vai ao ar às 8 horas da manhã, alerta para a importância dos casais de origem mediterrânea, especialmente a comunidade italiana, programar exame pré-nupcial antes de terem filhos. Em sua forma branda, a enfermidade atinge de 3% a 6% dos brasileiros, a maioria na Região Sudeste.

A talassemia é um grupo de enfermidades genéticas que afeta a capacidade humana de produzir hemoglobina, proteína presente no sangue e responsável pelo transporte do oxigênio para o organismo.

É dividida em dois tipos principais, alfa (a) e beta (b). Em cada variedade, existem três classificações: menor, intermediária e maior. Na forma mais branda é assintomática e não traz problemas para a saúde; no quadro intermediário apresenta distúrbios que exigem cuidados médicos e no quadro mais forte é necessário acompanhamento médico intensivo, inclusive com constantes transfusões sangüíneas.

Os sintomas

Ao longo do primeiro ano de vida, a criança apresenta os primeiros sinais: palidez, desânimo, falta de apetite e hipodesenvolvimento. Depois, torna-se ictérica (a pele e o “branco” dos olhos tornam-se amarelos) e a anemia persistente leva a um aumento do baço, fígado e coração. Problemas cardíacos e infecções são as causas mais comuns de morte entre as crianças com talassemia maior.

O diagnóstico é feito por meio de estudo do sangue do paciente e de seus familiares. Testes realizados durante a gravidez são capazes de determinar se o feto é portador do gene da doença.

O tratamento dos pacientes com a talassemia maior consiste basicamente em freqüentes transfusões de sangue. Elas garantem o desenvolvimento normal da criança e previnem problemas cardíacos e defeitos ósseos. O uso de antibióticos melhora a qualidade de vida e diminui o número de complicações por infecções. O transplante de medula óssea é uma possibilidade de tratamento alternativo, embora traga efeitos colaterais.

A transmissão da doença

A doença é hereditária e ambos os pais precisam ser portadores do traço talassêmico para que ele seja transmitido aos descendentes. Eles possuem um gene normal e outro doente. Na união, os filhos têm 25% de chances de desenvolver a doença. A herança da doença não é relacionada ao sexo, não é de natureza infecciosa e não aparece com a idade.

A prevenção é realizada por meio do aconselhamento genético pré-natal dos portadores. Indivíduos que têm casos de talassemia na família ou ascendência européia com casos de anemia crônica ou morte perinatal na família devem procurar ajuda médica em centros especializados para realizar estudo genético e planejamento familiar.

Os interessados em mais informações podem contatar a Associação Brasileira dos Talassêmicos (Abrasta), entidade sem fins lucrativos que auxilia portadores da doença e familiares. A instituição consegue equipamentos a preço de custo e oferece atendimento psicológico e jurídico para os pacientes.

Serviço
Abrasta – Associação Brasileira dos Talassêmicos
www.abrasta.org.br
Tel.: (11) 3262-4077

Da Agência Imprensa Oficial
(Fonte: site da Abrasta)

A.M.