Saúde: Semana da Voz terá campanha preventiva na Faculdade de Medicina da Unesp

No dia 12 de abril, será realizado mutirão de exames para pessoas com rouquidão. Detecção de câncer da laringe é um dos enfoques da campanha

qua, 06/04/2005 - 14h34 | Do Portal do Governo

Professores, atendentes de telemarketing, cantores e locutores são exemplos de profissionais que dependem da voz para desempenhar suas funções. No entanto, nem sempre esse instrumento de trabalho é cuidado de forma adequada e o resultado são alterações nas cordas vocais.

Devido a importância da voz para a vida das pessoas e da sociedade, a Academia Brasileira de Laringologia e Voz e a Academia Brasileira de Otorrinolaringologia, desde 1999, promovem uma campanha nacional em defesa da mesma.

Neste ano, em sua sétima edição, o evento será realizado de 11 a 16 de abril, com ênfase ao ‘Dia Mundial da Voz’, comemorado em 16 de abril.

Em Botucatu, o Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina/UNESP realizará, no próximo dia 12, atendimento de pacientes com sintomas de rouquidão.

A atividade será desenvolvida no Ambulatório Regional de Especialidades (ARE), localizado na Avenida Santana, e contará com a participação de professores e residentes da UNESP e outros profissionais da área de otorrinolaringologia não pertencentes à universidade, mas que apóiam a campanha.

Caso no exame, que é indolor, seja detectada alguma alteração, a pessoa, adulto ou criança, será encaminhada à unidade de saúde de sua cidade de origem, ou à triagem do Hospital das Clínicas da FM/UNESP para iniciar o tratamento.

Segundo a professora da Faculdade de Medicina da UNESP/Botucatu, Dra. Regina Helena Martins, a campanha também visa a detecção do câncer de laringe, já que essa doença tem como sintoma inicial a rouquidão. Ela recomenda que a pessoa quem possui o problema há algum tempo procure atendimento. ‘Toda pessoa rouca há mais de três semanas deve ser submetida ao exame de laringoscopia’, aconselha.

Em 2004, foram examinadas, na campanha promovida pela disciplina de Otorrinolaringologia da Medicina/UNESP, cerca de 300 pessoas e as principais lesões encontradas nas cordas vocais foram edemas, inchaços, pólipos, nódulos, cistos congênitos e papiloma.

Ainda como parte das ações da ‘Semana da Voz’, estão incluídas palestras destinadas a professores das escolas públicas e particulares e que visam orientar esses profissionais de como utilizar, de forma adequada, os recursos da voz.

Pesquisa

Uma tese que está sendo desenvolvida por Elaine Tavares, aluna de pós-graduação da Faculdade de Medicina/ UNESP e que envolveu a avaliação da voz de 80 professores, revelou que, 46 deles, ou seja, 57,5% dos participantes apresentaram algum tipo de alteração de corda vocal.

A professora Regina, que é orientadora do trabalho, ressalta que muitos professores desconhecem o problema e continuam trabalhando, podendo, com isso, agravar as lesões.

Ela atribui esse índice identificado no estudo a fatores que interferem no trabalho dos profissionais da área de educação como salas de aula lotadas, condições acústicas ruins e pouca ingestão de líquido. ‘Muitas escolas estão no centro da cidade, onde o barulho externo é elevado. O número de alunos por classe também, muitas vezes, é exagerado, então os professores precisam falar alto, geralmente não existe nenhum microfone na sala’, exemplifica Regina.

Além das palestras nas escolas, no mês em que se comemora o ‘Dia Mundial da Voz’, os professores também terão a oportunidade de participar de oficinas promovidas pelas fonoaudiólogas da Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Saúde, que apóiam os trabalhos desenvolvidos pelo Departamento de Otorrinolaringologia da UNESP. Essa atividade será no dia 18 de abril no Centro Municipal de Educação Permanente. Cada oficina terá duração de 50 minutos.

Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp
Assessoria de Imprensa

(LRK)