As técnicas de relaxamento, associadas ao tratamento médico, são uma boa opção para auxiliar no controle da hipertensão durante a gravidez. Estudo realizado com dez gestantes que passaram por sessões de relaxamento no Ambulatório de Gestação de Alto Risco (Agar) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP mostra que 60% delas tiveram redução da pressão arterial após as sessões.
A pesquisa envolveu 15 gestantes de alto risco, com idades entre 21 e 41 anos e da 20ª à 34ª semana de gestação. Essas mulheres foram divididas em três grupos. Cinco tinham Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), outras cinco eram hipertensas crônicas, e as componentes do terceiro grupo (controle) apresentavam ambos os diagnósticos.
As sessões – individuais e com duração média de 40 minutos – foram aplicadas no primeiro e no segundo grupo. Antes e depois de cada relaxamento, enfermeiras mediram a pressão arterial das gestantes. ‘Uma das mulheres apresentava pressão arterial 14 x 9. Após a sessão de relaxamento, a pressão baixou para 13 x 8, mostrando os bons resultados da técnica’, conta a terapeuta ocupacional Lúcia da Rocha Uchôa Figueiredo, autora do estudo.
Relaxamento físico e mental
A terapeuta utilizou uma técnica constituída pelo exercício autógeno, ou seja, auto-induzido, de relaxamento físico e mental baseado no método do médico J.H. Schultz. Durante a Primeira Guerra Mundial ele iniciou estudos com pacientes internados em um hospital militar. Em média, foram aplicadas entre seis e oito sessões, e as gestantes orientadas e incentivadas a praticar a técnica em casa.
O relaxamento foi aplicado em uma sala do Agar. Após conversa informal (para elas se sentirem mais tranqüilas), a terapeuta convidava cada uma a se sentar numa cadeira confortável. Com auxílio de músicas específicas para relaxamento, Lúcia iniciava as sessões. Obedecendo à seqüência progressiva, o relaxamento passou por seis etapas e, gradualmente, foi se intensificando.
Para realizar a pesquisa, a terapeuta entrevistou as quinze gestantes utilizando um roteiro semi-estrututado. Também usou um instrumento mensurador de ansiedade chamado Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Ele mostra as características individuais (traço) e as momentâneas e transitórias (estado) ligadas à ansiedade.
SERVIÇO
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Da Agência Imprensa Oficial e Agência USP
(AM)
