Na última segunda-feira, dia 19, o Instituto de Psiquiatria (IPq), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, colocou em funcionamento um programa de atendimento 0800 voltado a adolescentes. ‘É mais uma forma de levar educação sexual à população’, afirma a médica psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do projeto. A implantação do novo programa é justificada porque ultimamente notou-se que cerca de 40% das ligações ao Projeto Sexualidade (ProSex) do Ipq pelo 0800-7010136 (que existe desde 1998) eram feitas por adolescentes.
‘As dúvidas dos jovens são relacionadas principalmente à contracepção’, conta a coordenadora. Em função dessa demanda, foram criados dois novos números de atendimento com enfoque nesta faixa etária e a equipe foi ampliada. Para dúvidas relacionadas à sexualidade em geral, o número 0800-701-0136 continua. Para informações sobre métodos e procedimentos contraceptivos, o número a ser discado é o 0800-774-2777. ‘É mais uma maneira de ensinar, fornecer assistência e prevenção’, diz Carmita, salientando que não são consultas por telefone.
Os atendentes são psicólogos especializados em sexualidade na FMUSP e atuam como voluntários. Este trabalho voltado a esclarecer dúvidas sobre contracepção recebe a supervisão de Carmita Abdo, para os aspectos emocionais, e da ginecologista Luci Kayano.
Informação
Para a psiquiatra, quem tem educação sexual na escola ou no meio em que convive, geralmente, não procura esse tipo de serviço. ‘Mas há um contingente da população que não tem acesso à internet, nem a esse tipo de esclarecimento em seu círculo social. Dessa maneira, sem saber o que ler e onde buscar informação, querem conversar com alguém sobre dúvidas específicas, particularidades’. Com a vantagem de se manter o anonimato.
No entanto, Carmita conta que em alguns casos a pessoa precisa de mais do que informações por telefone. Nessas situações, os psicólogos sugerem que o usuário conheça o Espaço Saúde Sexual ou o ProSex, ambos do IPq, em busca de ajuda mais direcionada. ‘Metade dos que ligam precisam de esclarecimento, a outra metade necessita de algum tipo de tratamento’.
Durante três meses o programa de informação sobre contracepção estará em fase de teste e será um programa-piloto. O atendimento, feito por dez profissionais que se revezam em turnos de quatro horas, acontecerá das 9 às 17 horas.
Por Renata Moraes, da Agência USP de Notícias
C.C.
