Saúde: Portadores de Síndrome Pós-Poliomielite recebem tratamento multidisciplinar na Divisão de Rea

Doença é tema do 3º Congresso Internacional de Medicina de Reabilitação

sex, 10/12/2004 - 12h05 | Do Portal do Governo

As campanhas de vacinação em massa do Brasil erradicaram a Poliomielite, conhecida como Paralisia Infantil. Hoje, as vítimas da doença são, em sua maioria, pessoas que contraíram o vírus durante a epidemia que atingiu o país nos anos 50 e 60.

Atualmente, os portadores de Paralisia Infantil enfrentam um novo desafio: a Síndrome Pós-Pólio, conjunto de sintomas que aparece quando o paciente aprendeu a conviver com as seqüelas e se sente vitorioso sobre a doença e a incapacidade.

Depois de 30 ou 40 anos após o diagnóstico, há sobrecarga nos músculos e nervos atingidos causa fraqueza e dores. Conseqüentemente, há perda de movimentos e dificuldade em realizar as atividades do dia-a-dia. O aparecimento destes sintomas, associados a um cansaço físico geral, provoca grande desânimo e ansiedade.

‘Não podemos esquecer que este paciente, que teve poliomielite na primeira infância, chega ao consultório 30 anos depois com uma história de quem, desafiando os princípios biomecânicos, superou a invalidez e conquistou a independência. É muito frustrante perder progressivamente as conquistas de toda a vida’, ressalta a Professora Linamara Rizzo Battistella, diretora da Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (DMR-HCFMUSP) e presidente da Sociedade Internacional de Medicina Física e de Reabilitação.

Atualmente, existem cerca de 20 milhões de sobreviventes da poliomielite em todo o mundo, segundo a Post-Polio Health International. A síndrome ocorre em 75% dos sobreviventes paralíticos e em 40% dos não-paralíticos. Por envolver fatores psicossociais, é fundamental que o portador da doença procure um especialista ao perceber qualquer novo sintoma. Na DMR-HCFMUSP, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar, composta por fisiatras, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas.

No atendimento inicial, o médico diagnostica a síndrome e todas as doenças associadas que podem estar complicando o quadro. Prescreve
aparelhos e medicamentos que podem melhorar a capacidade funcional, acompanhando o paciente em todas as fases. A terapia adequada depende do perfil e história clínica de cada paciente. A fisioterapia, a terapia ocupacional e o condicionamento físico são fundamentais para a reversão do quadro.

Divisão de Medicina de Reabilitação

Há 30 anos, a Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP é centro de referência em todo o país na reabilitação física e reintegração social. São 250 profissionais entre médicos, dentistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionais, profissionais de educação física, arte-educadores e instrutores de cursos profissionalizantes que atendem 1500 pacientes/dia nas unidades da Vila Mariana, Jardim Umarizal e no Centro de Reabilitação da Polícia Militar.

A DMR integra projetos de pesquisa nas áreas de Reumatologia e Fisiopatologia, com certificados do Conselho Nacional de Pesquisa, e participa também de projetos na Organização Mundial de Saúde de Munique e da Organização Mundial de Saúde, coordenado pela Universidade Autônoma de Madri.

Congresso Internacional discute diagnóstico e tratamentos

A Síndrome Pós-Pólio e outros assuntos relacionados à medicina de Reabilitação serão discutidos no 3rd. World Congress of the International Society of Physical and Rehabilitation Medicine, que acontece entre os dias 10 e 15 de abril de 2005, no Hotel Gran Meliá WTC, em São Paulo. O evento é organizado pela Divisão de Medicina de Reabilitação – HCFMUSP e pela Sociedade Internacional de Medicina Física e de Reabilitação, presidida pela Dra. Linamara Rizzo Battistella.

Por Andrea Natali, da Assessoria de Imprensa da Divisão de Medicina de Reabilitação – HC FMUSP

C.C.