Com o tema ‘Vamos Vestir Camisinha Meu Amor’, Joãozinho Trinta, carnavalesco da Grande Rio, vem causando polêmica com enredo que promete contar a história do sexo desde o pecado original até a alegria das festas dos gays, lésbicas e simpatizantes, incluindo uma ala reservada para prostitutas sindicalizadas.
Estas e outras alegorias devem levantar também questões sobre a AIDS, uma das maiores preocupações entre os governantes e profissionais da saúde durante a festa mais popular do país. Entretanto, os excessos do Carnaval não preocupam apenas os especialistas e autoridades.
Os resultados de uma pesquisa com os usuários do Fala São Paulo, enquete semanal digital realizada pela Escola do Futuro da USP para o programa Acessa São Paulo, do Governo do Estado de São Paulo, mostrou que o problema de saúde que mais causa preocupação é a AIDS, com 55% dos votos.
Outra pesquisa com usuários do Fala São Paulo perguntou sobre os motivos pelos quais as pessoas não usam camisinha. Cerca de 33% responderam que por ‘preconceito ou vergonha’ e 32% acharam que por ‘falta de esclarecimento ou de informação’. Outros 30% dos usuários responderam que usar camisinha ‘quebra o clima na hora da relação’ e 14% disseram que não usam por ‘causa dos preços dos preservativos’.
Esta enquete digital, realizada em fevereiro do ano passado, trouxe resultados bastante diferentes entre homens e mulheres, com 59% de participação do público masculino. Um dado curioso é que 23% dos homens creditam que o preço do preservativo é um problema, sobretudo para os homens mais jovens entre 10 e 19 anos, contra apenas 10% das mulheres. Para 37% do público feminino pesquisado, o preconceito e a vergonha ainda são mesmo os maiores empecilhos na hora de usar a camisinha.
No total, participaram da pesquisa sobre uso da camisinha, 857 homens e 591 mulheres, todos usuários do Fala São Paulo, um canal de expressão para que pessoas de comunidades carentes da capital possam falar e opinar sobre temas importantes.
O Fala São Paulo faz parte do Acessa São Paulo, programa do Governo do Estado de São Paulo coordenado pela Imprensa Oficial do Estado que tem como objetivo combater a exclusão digital, levando recursos da Internet à população de baixa renda. A Escola do Futuro da USP, participa no acompanhamento dos 60 infocentros localizados na periferia da capital paulista, com treinamento de monitores, cursos online, produção de conteúdos e pesquisas. www.acessasaopaulo.sp.gov.br e www.futuro.usp.br.
C.A.
