Saúde: Pesquisa indica novas formas de aproveitar plantas medicinais

Resultado de um amplo estudo realizado durante quatro anos na Mata Atlântica do Vale do Ribeira

ter, 07/01/2003 - 17h40 | Do Portal do Governo

Pesquisadores paulistas e catarinenses descobriram novas formas de explorar as plantas medicinais e, assim, contribuíram para evitar o desaparecimento de algumas espécies, como resultado de um amplo estudo realizado durante quatro anos na Mata Atlântica do Vale do Ribeira, sudeste paulista. Apoiados tanto em entrevistas com moradores como em análises químicas e testes em animais de laboratório, eles demonstraram que três plantas podem ser usadas no lugar da espinheira-santa ( Maytenus ilicifolia ) – alvo de uma coleta predatória iniciada há 20 anos, quando a Central de Medicamentos (Ceme), um órgão hoje extinto do Ministério da Saúde, atestou a eficácia dessa espécie contra úlcera, gastrite, indigestão e artrite, como parte de um programa de pesquisas de plantas medicinais brasileiras.

Os cientistas das universidades Estadual Paulista (Unesp) e Federal de Santa Catarina (UFSC) mostraram também que uma trepadeira conhecida como taiuiá ( Wilbrandia ebracteata ) pode ser empregada para tratar úlceras e problemas digestivos, como já sabiam os moradores da região.

A taiuiá é da mesma família que o chuchu ( Sechium edule ) – tem uma folhagem parecida, com folhas palmadas, e gavinhas, extensões que parecem molas e fixam a planta sobre outras. No entanto, diferentemente do que pensavam os habitantes do Vale do Ribeira, a melhor parte da planta a ser explorada não é a raiz – na verdade um tipo de caule diferenciado chamado rizoma -, que apresenta efeitos tóxicos, mas a folha, que tem a mesma ação farmacológica sem toxicidade, como mostraram os testes de laboratório.

‘A venda do rizoma elimina a planta, enquanto a da folha, não’, afirma Luiz Claudio Di Stasi, do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu. ‘Sugerimos novas formas de exploração econômica e colaboramos para a conservação dessa espécie.’


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