Saúde: Parceria amplia monitoramento da gripe no Estado de São Paulo

Objetivo é programar produção da vacina adequada; trabalho é realizado a partir de parâmetros da OMS

ter, 29/06/2004 - 14h10 | Do Portal do Governo

O trabalho de prevenção contra a gripe em São Paulo ganhou reforço com o lançamento do Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog). Trata-se de parceria entre a Secretaria da Saúde e a multinacional franco-alemã Aventis Pasteur, detentora da marca Grog.

O coordenador da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Luiz Jacintho da Silva, explica que a vigilância epidemiológica da gripe não será modificada, mas sim ampliada: “O sistema, de âmbito nacional, é coordenado pelo Ministério da Saúde. No Estado, o trabalho terá a colaboração da Aventis Pasteur que, além de ceder o uso do nome Grog, dará, também, apoio financeiro”.

A marca Grog é referência internacional na área. Grupos desse tipo existem na França desde 1984, trabalhando no controle da entrada e da circulação dos vírus gripais. Em São Paulo, a equipe será coordenada por Silva e reunirá diversos profissionais da saúde. A precaução epidemiológica da doença tem dois objetivos básicos: avaliar se a tendência é de aumento ou de redução dos casos e verificar que tipo de vírus está em circulação. O objetivo é programar a produção da vacina adequada. Esse trabalho é realizado a partir de parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Para saber se o número de ocorrências está aumentando ou diminuindo, acompanhamos centros-sentinelas – prontos-socorros procurados por pessoas com sintomas de gripe”, diz Silva. “Nesses locais, coletamos material para analisar qual vírus está ao redor.” O coordenador da Sucen avalia que, com o Grog, a secretaria vai estreitar o trabalho com a comunidade científica. Visando à produção da vacina contra a gripe no País, a Aventis Pasteur firmou acordo de transferência de tecnologia com o Instituto Butantan.

Plano de contingência

Uma das atividades do Grupo Regional será detalhar, em São Paulo, o plano de contingência para uma pandemia, que está sendo elaborado nacionalmente. O Estado de São Paulo, por ser o mais populoso e com maior aglomeração urbana, é a região mais vulnerável do País. O plano de contingência atende à preocupação internacional de se preparar para a eventualidade de uma epidemia mundial de gripe, como a de 1918.

“Com base na observação da regularidade das pandemias de gripe no século passado, a OMS recomenda fortemente aos países que se previnam”, afirma Silva. Na sua opinião, isso está sendo feito no Brasil de forma adequada, a partir do trabalho do Instituto Butantan. “O mais importante é isso: a fábrica de vacinas contra a gripe”, diz. “A capacidade mundial de produção de vacinas, hoje, é insuficiente se houver um surto.”

Cláudio Soares
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)