Saúde: Número de internações em manicômios cai com nova proposta de tratamento do Estado

Em 1995 havia 80 hospitais psiquiátricos, contra 60 em 2002. Queda é reflexo da mudança de tratamento

sex, 16/05/2003 - 20h12 | Do Portal do Governo

Introduzir o portador de transtornos mentais no convívio social, sem segregá-lo em um manicômio. Essa é a proposta da Secretaria de Estado da Saúde, que tem dado resultado e diminuído a necessidade de internações integrais em hospitais psiquiátricos.

No próximo domingo, dia 18, será comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Em 1995 havia 80 hospitais psiquiátricos, 20 a mais que atualmente. A diminuição correu paralelamente ao aumento de ambulatórios de saúde mental_que saltou de 70 em 1995 para 112 em 2002.

Os Centros de Apoio Psicossocial (Caps) que eram apenas 12 em todo o Estado em 1995 já chegaram a 110. A Secretaria também instituiu 82 residências terapêuticas, casas onde vivem até oito pessoas que receberam alta de hospitais psiquiátricos, que servem como transição entre o hospital e o convívio em sociedade.

Os dados mostram como a Secretaria vem transformando o modelo de atendimento seguindo três diretrizes: ampliação do número de unidades extra hospitalares (Caps, ambulatórios de saúde mental, etc), redução do número de leitos e transformação radical dos hospitais psiquiátricos do Estado em serviços abertos.

‘As ações da Secretaria na área da saúde mental continuarão com o objetivo de reverter a segregação que durante séculos foi imposta aos portadores de transtornos mentais. Essas ações fazem parte do programa de humanização de atendimento, prioridade do governo estadual’, afirma Mirsa Dellosi, coordenadora do Programa de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde.

Além do aumento dos Centros de Apoio Psicossocial e da introdução das residências terapêuticas, a Secretaria aplicou nos oito hospitais psiquiátricos da sua rede a proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de reabilitação social dos pacientes de longa permanência.

Atualmente quase oito mil pessoas são moradoras desses hospitais e grande parcela delas foram beneficiados por ações como retirada de documentação pessoal e localização de familiares. Por intermédio das oficinas terapêuticas, muitos pacientes internados se profissionalizam, conseguem emprego ou passam a vender produtos que confeccionam.

Da Secretaria da Saúde
C.A