Mais de mil profissionais da área da saúde que trabalham no atendimento de adolescentes reuniram-se no Auditório Ulysses Guimarães do Palácio dos Bandeirantes, nesta terça-feira, dia 24, para participar do Curso de Capacitação em Atendimento Integral de Adolescentes.
Ao longo da manhã, foram abordados problemas freqüentes do adolescente nas áreas de dermatologia e ginecologia. “Falamos sobre a questão da interpretação do exame de Papanicolau, que precisa ser conhecido dos profissionais pela possibilidade de detecção de doenças sexualmente transmissíveis”, explicou a coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo, Albertina Takiuti.
No período da tarde, o tema principal é a preocupação com a Aids e como os programas do Estado e das prefeituras podem intervir. “Temos aqui médicos, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogos, deputados e vereadores de todos os partidos mostrando que o Programa do Adolescente é uma realidade no Estado. No dia 2 de julho receberemos uma missão da Organização Mundial de Saúde para apresentação das ações de São Paulo. Não só as propostas, mas também os caminhos”, comemorou a coordenadora.
De acordo com Takiuti, mais da metade dos 645 municípios do Estado conta com ações dirigidas à dos saúde adolescentes e mais de 200 cidades contam com programas estruturados para atendimento de jovens. “Todos os municípios já receberam algum tipo de capacitação nessa área. Então, temos graus de complexidade diferentes em cada município. Temos casas sofisticadas, como em Votuporanga, Jacareí e Itapetininga, e temos lugares mais simples, como Pirassununga, que conta com diversos espaços”, disse.
Desde a implantação, em 1986, o Programa de Saúde do Adolescente atendeu mais de 400 mil jovens. Diariamente, cerca de dois mil adolescentes passam pelos programas voltados a essa faixa etária. “Só na Casa do Adolescente, que é um programa que temos na Zona Oeste da Capital, temos 18 mil adolescentes atendidos, com uma média de 150 jovens por dia”, afirmou a coordenadora.
Takiuti destacou a importância da participação de profissionais da Saúde no Programa Parceiros do Futuro, que abre as escolas nos finais de semana para prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. “Os Parceiros do Futuro acabam encaminhando os adolescentes para os programas de saúde”, ressaltou. Na opinião da coordenadora, essa parceria está possibilitando a redução de gravidez na adolescência e infecção por HIV. “Em 1998, tivemos 148 mil partos de mães adolescentes. No ano passado, esse número caiu para 98 mil. É uma diminuição de cerca de 30%. E a gravidez de meninas com idade entre 10 e 14 anos, que aumenta em todo o mundo, inclusive no Brasil, manteve-se estável em São Paulo”, lembrou.
Cíntia Cury
