Já está disponível no Brasil o livro que reúne as mais atualizadas pesquisas em obesidade realizadas em todo o mundo e que foram apresentadas no 9º Congresso Internacional de Obesidade, realizado em agosto e setembro de 2002, em São Paulo.
A obra, editada apenas em inglês, com o título Progress in Obesity Research: 9, tem cerca de 1.600 páginas, e contém estudos realizados por centros de pesquisa em obesidade de mais de 50 países. ‘É uma fonte de consulta inesgotável para quem estuda o assunto’, afirma o endocrinologista Geraldo Medeiros, professor da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Congresso. O lançamento mundial do livro ocorreu no último dia 20 de setembro.
Após a realização do Congresso Internacional de Obesidade, Medeiros decidiu reunir num só volume todos os trabalhos científicos apresentados pelos especialistas durante o evento. A publicação foi elaborada em conjunto com os médicos brasileiro Alfredo Halpern, presidente científico do encontro e chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas, e o canandense Claude Bourchard, presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade (Iaso).
O livro pode ser obtido na Abeso (Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade), localizada na av. São Gabriel, 555, sala 106, Jardim Paulista, São Paulo, CEP 01435-001. O telefone é o (0xx11) 3079-2298.
Pesquisas recentes
Um estudo apresentado durante o Congresso, relatado na publicação, é de que assistir televisão em excesso contribui para a obesidade. Jovens que assistem a mais de quatro horas diárias de TV estariam 1,7 vez mais propensos a serem obesos, em comparação àqueles que vêem TV menos de quatro horas por dia.
Outro estudo apontado no livro revela que o hormônio leptina, que regula a sensação de saciedade do apetite, pode ser responsável pelo chamado ‘efeito sanfona’. Quando uma pessoa perde peso, ela reduz a quantidade deste hormônio a níveis abaixo do limite e o organismo passa a produzir uma quantidade maior de leptina, fazendo com que a pessoa volte a comer como antes.
A obesidade mórbida também é destaque no livro. Estudos genéticos indicam que este tipo de obesidade pode estar associado a mutações em genes que, apenas agora, estão sendo descritos. Os especialistas estão convictos de que cerca de 60% dos obesos devem ter significativa contribuição genética para o acúmulo progressivo de gordura corporal.
Em outro capítulo, de interesse principalmente dos endocrinologistas, são estabelecidos os pontos do metabolismo passíveis de intervenção farmacológica, propiciando queda do peso corporal. São relacionados nove fármacos, já em estudo, que promovem maior queima calórica, induzem a saciedade, diminuem a sensação de fome a nível central cortical ou eliminam gordura pelo trato gastrointestinal.
No livro, há também uma seção especial destinada a avaliar o imenso custo da obesidade para a saúde pública. ‘O obeso é um candidato potencial a várias co-morbidades como o diabetes, as dislipidemias, a hipertensão, a isquemia coronariana e o acidente vascular cerebral. O custo da obesidade para a saúde pública é enorme e, infelizmente, tanto em países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento, a obesidade não cessa de aumentar na população’, afirma o endocrinologista Geraldo Medeiros, um dos organizadores do livro Progress in Obesity Research: 9.
Mais informações podem ser obtidas na Assessoria de Comunicação da FMUSP – (0xx11) 3032-1092
V.C.
