O Serviço de Cirurgia Pediátrica do Instituto da Criança do HCFMUSP acaba de realizar seu 200º transplante de fígado em crianças. O Programa de Transplante de Fígado, ativo há 14 anos, faz diversos tipos de transplantes hepáticos, incluindo o de fígado reduzido e o inter vivos.
A técnica do fígado reduzido consiste na diminuição do volume do órgão de doadores adultos, com morte encefálica, permitindo o implante no abdome de crianças com menor estatura e peso corpóreo.
A evolução técnica seguinte foi o domínio do transplante inter vivos, isto é, com doador vivo. Geralmente o pai ou a mãe doa de 25% a 30% do órgão para a criança, técnica esta que foi uma conseqüência quase direta do transplante de fígado reduzido. O programa contabiliza no momento quase 50 casos deste tipo. Este procedimento cirúrgico não traz complicações para o doador que pode retornar a vida normal em poucos dias.
As técnicas do fígado reduzido e do inter vivos possibilitaram grande impulso aos transplantes pediátricos. O número de doadores infantis é limitado e estes procedimentos permitiram aumentar o número de transplantes, além de serem fundamentais para salvar a vida da criança e evitar o agravamento do seu estado geral e a rápida e progressiva piora da função hepática.
O Instituto da Criança é hospital público da Universidade de São Paulo, atende pacientes do SUS e de convênios médicos. Conta com uma equipe de cirurgiões, chefiada pelo Prof. João Gilberto Maksoud, que realiza os transplantes e acompanha as crianças operadas pelo tempo que for necessário.
Também fazem parte da equipe outros profissionais como os intensivistas, anestesistas especializados, patologistas, endoscopistas, radiologistas e outros profissionais. O Serviço Social da instituição fornece a assistência e orientação necessária para cada caso.
‘Os resultados obtidos no Instituto da Criança são gratificantes e compensadores, a sobrevida é igual e até melhor daquela de muitos centros de transplante de fígado do mundo. Importantes fatores de sucesso são o entusiasmo com que a equipe se integra e trabalha, a eficiência técnica e o relacionamento humano com os pacientes e seus familiares.
A perfeita integração de uma enfermeira coordenadora com a equipe médica e as orientações práticas que disponibiliza com amor e carinho a todas as crianças operadas também é essencial. Outro fator de sucesso é o apoio diretamente recebido da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o qual torna possível a execução deste complexo programa’, afirma o Prof. João Gilberto Maksoud, chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do ICr-HCFMUSP.
