O anúncio e a apresentação a respeito do soro em pó foram feitos pelo Instituto Butantã, durante a 6ª Jornada de Doenças Tropicais do Baixo Amazonas, que teve início na última segunda-feira, dia 26, em Santarém (PA). Pela primeira vez, um soro antiofídico liofilizado (em pó) contra venenos de serpentes como jararaca, jaracuçu, cascavel e coral é inteiramente produzido no Brasil. O novo medicamento dispensará refrigeração e terá vida mínima de cinco anos, dois anos mais que o produto convencional. Seu lançamento está previsto para o ano que vem, mas foi liberado para as Forças Armadas desde 2001, para a realização de testes de estabilidade em campo, e está a poucas semanas de sua finalização.
Após essa fase, será encaminhado para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estará disponível para a população a partir do primeiro trimestre de 2005. A principal novidade é o fato de que o soro não precisa de refrigeração e, assim, pode ser levado para lugares onde não existe eletricidade. “O soro em pó será uma alternativa para as pessoas que vivem em regiões distantes, sem estrutura, principalmente as da Amazônia”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Otávio Azevedo Mercadante.
Como utilizar
Antes de ser injetado, o soro em pó deve ser diluído em água destilada, que virá com o kit montado pelo próprio Butantan. A despesa do usuário será somente com a compra da seringa. A princípio, o medicamento deverá ser distribuído por meio do Ministério da Saúde para todas as secretarias estaduais e municipais de Saúde do Brasil. O desenvolvimento e a fabricação do produto liofilizado seguem determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estimulou todos os países tropicais a adotá-lo. Por enquanto, somente a Europa o desenvolveu.
Da Agência Imprensa Oficial
