Saúde: Iamspe reativará unidade de transplante de medula

Objetivo é implementar o serviço, suspenso há 15 anos, a partir de abril

seg, 26/01/2004 - 16h02 | Do Portal do Governo

Dentro de aproximadamente três meses, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) estará apto a contribuir com a diminuição da lista de espera de transplantes no Brasil, com a reativação da Unidade de Transplantes de Medula Óssea.

A decisão foi tomada em reunião da Superintendência do Iamspe, a Diretoria do HSPE, a Diretoria do Serviço de Hematologia e a Gerência Clínica do Hospital, realizada em novembro do ano passado. O objetivo é implementar o serviço, suspenso há 15 anos, a partir de abril de 2004, já que sua reativação demandará algumas reformas na área física do 13º andar do prédio.

O superintendente so Iamspe, Milton Flávio Marques Lautenschlager já autorizou as reformas necessárias no setor e a contratação de enfermeiras com especialização no atendimento a transplantados. “O retorno do transplante de medula óssea feita no Hospital do Servidor será o resgate do atendimento de excelência que poderá ser prestado ao usuário da instituição e até oferecido ao paciente da rede pública”. Ele disse ele que espera que o Ministério da Saúde reveja sua posição de não ressarcir o Imspe pelos serviços prestados aos pacientes do Sistema Único da Saúde ( SUS) .

Milton Flávio lembra que qualquer hospital que preste atendimento ao SUS é ressarcido em seus custos, menos o Iamspe. “Sob o pretexto de que somos um grupo de medicina fechado, o Ministério da Saúde não paga nossos procedimentos. A intenção é colocar o futuro serviço de transplante de médula óssea a disposição da lista de espera, mas esperamos que o bom-senso prevaleça e que sejamos ressarcidos por isso”, disse o superintendente.

Hospital multidisciplinar

O coordenador do projeto, Afonso José Pereira Cortez, ressaltou que o HSPE possui uma característica essencial para abrigar transplante de medula óssea: ser um hospital multidisciplinar que reúne todos os tipos de especialidades, com corpo clínico e equipamentos de primeira qualidade. “A realização do transplante depende não só da Hematologia, mas também dos serviços de Hemoterapia, Moléstias Infecciosas, Enfermagem e o suporte das demais clínicas’, esclareceu o médico.

O tipo de transplante que inicialmente será feito é o denominado transplante autólogo (procedimento mais freqüentemente utilizado), que usa as células tronco produzidas na medula do paciente. Elas serão coletadas por meio do equipamento de aférese, que pertence ao Serviço de Hemoterapia/Banco de Sangue do Hospital do Servidor.

Pelo processo, essas células são retiradas do sangue do próprio paciente e armazenadas em uma bolsa. Em seguida, recebem uma solução de conservação e são congeladas a –80ºC. Essas células serão infundidas no paciente e passarão a repovoar a medula depois do tratamento.

Esse procedimento permitirá que o paciente suporte as altas doses de quimioterapia aplicadas para destruir o tumor. “É um tratamento consagrado para pacientes com doenças hematológicas ou não, entre elas leucemias, linfomas, mielomas, neuroblastomas e outros tumores”, acrescentou o médico.

A preservação perfeita das células tronco garante sua validade por tempo indeterminado. Em torno de duas a seis semanas, após o transplante, o paciente volta a produzir células normalmente.

Da Assessoria de Imprensa do Imspe