Saúde: Hospital Estadual de Diadema ganha qualidade com administração de OSS

Hospital administrado pelas Organizações Sociais da Saúde realiza, mensalmente, 12 mil consultas ambulatoriais e 600 cirurgias

qua, 30/06/2004 - 10h06 | Do Portal do Governo

A satisfação do cidadão é resultante do atendimento de boa qualidade, aliado ao respeito, atenção e agilidade nos serviços prestados. Para cumprir esses objetivos, há seis anos 16 hospitais públicos paulistas, os mais novos do Estado, são administrados pelas Organizações Sociais da Saúde (OSS). Um deles é o Hospital Estadual de Diadema, referência na assistência de pessoas provenientes de Diadema, Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A unidade funciona desde outubro de 2000 em convênio com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. O paciente é atendido na rede municipal de saúde e é encaminhado ao hospital, caso seja necessária internação ou consulta médica (todas as especialidades). Não há pronto-socorro.

São estabelecidos direitos e deveres de ambas as partes. O Estado responde pela manutenção financeira e controla onde e como é investido o dinheiro público. As OSS devem cumprir as metas exigidas em contrato, como atendimento, qualidade e satisfação da população atendida. As parceiras administram os recursos conforme a necessidade interna, sem depender de licitações.

São realizadas, mensalmente, 12 mil consultas ambulatoriais e 600 cirurgias de todo tipo (com exceção das cardíacas e oncológicas). “Todas as cirurgias são bem desenvolvidas. Nos destacamos nas áreas de neurologia, ortopedia e parto de alto risco”, explica o diretor-executivo Mário Hideo Kono. O corpo clínico é composto de profissionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Humanizar o atendimento

O Hospital de Diadema inspirou-se em projeto francês e criou a Comissão de Tecnovigilância. Composta de médicos, enfermeiros, engenheiro clínico e pessoal do administrativo, a equipe inspeciona e avalia a utilização dos equipamentos laboratoriais para garantir a total segurança dos usuários.

E a atenção especial não pára por aí. Farmacêutico, nutricionista, nutrólogo, médicos e enfermeiros atuam na Comissão de Terapia Nutricional. Quando os internados necessitam de cuidados diferenciados por estarem desnutridos, o grupo verifica as deficiências de cada um e orienta a dieta nutricional adequada.

Desde o primeiro semestre de 2001 a enfermaria de psiquiatria destina 10 leitos ao tratamento de dependentes de álcool e drogas. Assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e psiquiatra realizam atendimentos individual, em grupo e familiar. “Poucos hospitais públicos oferecem esse tipo de assistência. É uma experiência nova para pacientes e familiares”, esclarece o diretor Kono.

Em qualquer tipo de internação (menos UTI), 24 horas por dia, o doente pode ser auxiliado por parentes e amigos. “A iniciativa integra os programas do idoso e mãe participante. É um método de humanização do atendimento”, afirma a coordenadora administrativa do hospital Mariana Carrera.

Saber ouvir e ter sensibilidade no trato com os pacientes. Essa é a mensagem que a coordenadora de ambulatórios Conceição dos Santos Rodrigues passa a seus funcionários. Esse pessoal atende cerca de 600 pessoas por dia. “Muitas vezes o doente vem em consulta e quer conversar. Depois de curados, alguns até voltam para agradecer a nossa atenção”, afirma Conceição.

OSS é alternativa de gestão inspirada em modelo europeu

A Organização Social da Saúde (OSS) é uma alternativa de gerenciamento hospitalar instituída pela Secretaria de Estado da Saúde em 1998. As 16 unidades, construídas pelo governo paulista, mantêm vínculo com o Estado por meio de um contrato de gestão pelo período de cinco anos, que pode ser prorrogado.

Inspirado em modelo europeu, o novo conceito em administração hospitalar é pioneiro no país. Fruto de parceria entre as iniciativas pública e privada, a OSS conquistou 95% de aprovação dos usuários, de acordo com pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde, em 2003, com mais de 8 mil freqüentadores desses 16 hospitais.

No ano passado, o custo médio de internações nessas instituições foi 26% mais barato do que nos de administração direta do Estado. Com menos recursos, as OSS atenderam 23,5% mais pacientes no mesmo período.

A Secretaria recebe um relatório mensal de cada hospital, especificando todos os gastos, além de indicadores de produção e satisfação da população com o atendimento. Esse documento é repassado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), aos representantes do Conselho Estadual de Saúde de cada região e à Assembléia Legislativa.

Dos 22 hospitais do País com certificado de excelência em qualidade da Organização Nacional de Acreditação, órgão ligado ao Ministério da Saúde, quatro são do governo paulista: Hospital Geral de Pedreira, Hospital Estadual de Diadema, Hospital Geral de Pirajussara e Hospital Estadual de Sumaré.

Viviane Gomes
Da Agência Imprensa Oficial