O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP) está testando um novo tratamento para a depressão. A pesquisa é coordenada pelo Instituto de Psiquiatria – IPq – do HC, juntamente com outros nove centros no mundo.
É o primeiro hospital do País a iniciar uma pesquisa de novo método para tratamento da depressão, que tem como princípio o uso de um campo magnético potente, similar ao de ressonância magnética, com a função de ativar neurônios ou sistemas neuronais desativados em razão da doença.
Quem se submete à estimulação magnética transcraniana (Transcranial Magnetic Stimulation – TMS), sente-se como se estivesse em local semelhante a um consultório dentário, pois durante todo o procedimento, que não requer internação e dura em média uma hora, o paciente permanece sentado em uma poltrona comumente encontrada em clínicas odontológicas.
Segundo Marco Antonio Marcolin, responsável pelo projeto no Brasil, o campo magnético, transmitido em forma de pulsos rápidos, atravessa o couro cabeludo e o crânio, precisamente na região frontal esquerda do cérebro, ativando os neurônios. Ele afirma que a técnica é uma das mais promissoras terapêuticas em psiquiatria da atualidade. Não é agressiva, não produz efeitos colaterais, é indolor e de acordo com as pesquisas já realizadas até o momento, age tanto quanto os medicamentos antidepressivos, mas sem as complicações e os custos dos mesmos.
Pacientes
O equipamento só está em uso para pesquisas. Pessoas com diagnóstico ou sintomas de depressão que queiram se submeter ao tratamento podem se inscrever através do telefone 3069 6525. O tratamento é gratuito.
TMS
O uso de campo magnético não é novidade na medicina. Desde 1985, já vem sendo amplamente utilizado no diagnóstico e tratamento de lesões neurológicas como esclerose, acidente vascular cerebral (derrame) e para mapear áreas lesadas. Foi a partir dessas pesquisas que descobriu-se ser também eficiente para o tratamento de transtornos mentais, especialmente depressão.