Saúde: Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu é Centro de Referência em Esclerose Múltipla

Tratamento que custa R$ 4,5 mil é feito gratuitamente pelo hospital

qua, 20/08/2003 - 10h00 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unesp

A esclerose múltipla apresenta número variado de casos, de acordo com a região do País. Na região Sudeste, por exemplo, são 17 casos em cada 100.000 habitantes. Na região Sul, são 25 por 100.000 habitantes e no Norte e no Nordeste, cinco casos.

Ao realizar exames complexos e acompanhamento do tratamento por uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, oftalmologistas, urologistas, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, o Hospital de Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da UNESP, campus de Botucatu, foi instituído como Centro de Referência em Esclerose Múltipla no Estado de São Paulo.

‘Com isso, a UNESP adquire reconhecimento importante no Estado como centro que procura se manter atualizado no tratamento de doenças neurológicas’, afirma o neurologista Fernando Coronetti Gomes da Rocha, do Departamento de Neurologia e Psiquiatria.

O Hospital da FM conseguiu se estabelecer como centro de referência por nortear o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento da esclerose múltipla. ‘Esta é uma doença de difícil diagnóstico e no HC é possível fazer exames complexos, como ressonância magnética e potenciais evocados visuais e auditivos, que não existem em outros hospitais da região’, diz o docente da FM.

A FM realiza atendimento a pessoas com esclerose múltipla há 13 anos e hoje tem 86 pacientes cadastrados para acompanhamento no Centro Universitário. ‘Pacientes de toda a região são encaminhados ao HC para ter o diagnóstico verificado e o acompanhamento necessário’, diz Coronetti.

A procura pelo HC também se deve ao fato de o tratamento ser feito por meio de remédios cedidos por este hospital e depois reembolsados pelo governo do Estado. ‘Um tratamento mensal chega a custar de R$ 3 mil a R$ 4.500’, afirma Coronetti. O Hospital ainda tem um projeto de implantação de um curso semestral de Educação Continuada. ‘O curso servirá como atualização para os profissionais da área’, conclui o docente.

A doença

A doença ocorre quando o organismo, sem razão conhecida, produz anticorpos contra a mielina, o revestimento dos neurônios. Essa desmielinização – destruição das camadas de mielina – decorrente de inflamações de áreas do cérebro, causa um retardamento ou bloqueio na transmissão do impulso nervoso, o que dá origem aos sintomas neurológicos.

Apesar de o diagnóstico ser muito difícil, alguns sintomas são mais comuns: sensação de cansaço e dores musculares, parestesias (dormências e formigamentos), embaçamento e dor em uma das vistas, visão dupla, sensações de choque na face ou no pescoço, incontinência urinária, tonturas, tremores, desequilíbrio e falta de coordenação motora. ‘A principal característica é a sua imprevisibilidade, sendo que não há dois portadores que apresentem evolução semelhante da doença’, explica Coronetti.

A doença é incurável e o tratamento é baseado na imunorregulação do organismo por meio de medicamentos, como interferon beta e acetato de glatirâmer. Eventualmente são usados imunossupressores. ‘São utilizados remédios e terapêuticas para os sintomas associados como depressão, incontinência urinária, fadiga e dor, entre outros’, conclui o docente da FM.

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V.C.