Saúde: Hemocentros precisam de doadores voluntários para garantir os estoques

Estoques sofrem reduções no período de férias

ter, 20/07/2004 - 16h36 | Do Portal do Governo

De acordo com os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para que os Hemocentros – antes chamados de Bancos de Sangue – possam funcionar com boa margem de segurança, o ideal é que a quantidade de doadores se mantenha num patamar situado entre 2% e 3% do número total de habitantes de uma comunidade.

Embora não exista nenhum registro de falta drástica de sangue nos hemocentros do Estado de São Paulo, onde os doadores já chegam a 2,2% da população, os estoques sofrem reduções signifcativas nos períodos de férias, no inverno e nos feriados prolongados, quando o número diminui sensivelmente.

‘É preciso que haja equilíbrio entre a quantidade e regularidade na captação de sangue. O certo seria que essas doações acontecessem durante o ano todo, pois assim evitaríamos a falta de certos tipos de sangue e de hemocomponentes, como por exemplo as plaquetas, que duram em média cinco dias, e o concentrado de hemácias, com vida útil de 35 dias’, declara o médico hemoterapeuta Cássio Marcos Giannini, assessor na área de coordenação da Hemorede do Estado de São Paulo, subordinada à Secretaria Estadual de Saúde.

Doadores espontâneos

O doutor Giannini explica que a quantidade normalmente doada é suficiente apenas para uma demanda média. Daí a necessidade de se investir numa política que incentive as doações voluntárias para que se possa assegurar a manutenção um pool de doadores de repetição e de qualidade.

‘Uma ação como essa é importante para evitar a influência negativa de certos acontecimentos, como a chamada Operação Vampiro. As pessoas não entenderam que o problema estava ligado à produção industrial de hemocomponentes do sangue. Julgaram que o problema estava associado aos hemocentros. Fatos como esses afetam o sistema como um todo, que já apresenta certa fragilidade’, ressalta.

De acordo com o doutor Giannini, o aumento do número de transplantes de fígado e rins, de intervenções cirúrgicas mais complexas e de quimioterapias mais agressivas vem demandando uma quantidade cada vez maior de sangue.

Tais mudanças exigiram melhor adequação da própria Hemorede, que precisou passar por uma reestruturação para colocar em andamento as metas estabelecidas no Plano Diretor de Sangue do Estado de São Paulo (mais detalhes abaixo).

Nesse documento estão algumas das ações que serão coordenadas pela Hemorede para adaptar os hemocentros. Entre elas, as que premiam a qualidade na coleta, investimentos em tecnologia, melhor aproveitamento dos hemocomponentes, para evitar possíveis desperdícios, melhor uso das verbas repassadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), diminuição dos custos, apoio à informatização das doações para transplantes, entre outras. ‘O ponto central desse plano é a mudança na forma de pagamento dos serviços de hematologia e hemoterapia, que seria feito por meio de contratos de gestão’, informa Giannini.

Segundo ele, com esse sistema se estaria premiando a eficiência, a qualidade, independentemente da quantidade desses serviços. Inclusive, os ganhos de qualidade verificados em determinadas unidades, quando do desenvolvimento de novas tecnologias na captação, na triagem sorológica, na criação de produtos e/ou serviços, que venham a promover a redução dos custos, seriam repassados aos outros hemocentros, destaca.

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Da Agência Imprensa Oficial/Marilia Mestriner/L.S