Uma equipe de cirurgiões da Unidade de Queimados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HC-FMRP) acaba de apresentar uma novidade na reconstrução de faces de vítimas de queimaduras. Trata-se de uma modificação na técnica que utiliza enxertos do couro cabeludo, através da qual se obtém uma coloração e textura da pele mais próxima do natural e sem os inconvenientes dos pêlos.
o coordenador da equipe e diretor da Unidade de Queimados do HC-FMRP, professor Werther Marchesan, conta que a ‘nova técnica consiste na redução da espessura do enxerto nas cirurgias que envolvem a utilização da pele do couro cabeludo’. O cirurgião assegura que, além de evitar o inconveniente da ‘transferência de pêlos, a inovação apresenta melhor resultado estético, tanto na coloração, quanto na textura do enxerto’.
A técnica utilizada desde 1970 para reconstruir rostos de vítimas de queimaduras não oferecia resultados satisfatórios. Marchesan explica que eram usados, até então, enxertos de couro cabeludo com espessura acima de 14 milésimos de polegadas, os quais transferiam pêlos finos para a face. O trabalho de reconstrução, oferecido agora pelo cirurgião plástico, usa enxertos com espessura entre 8 e 12 milésimos de polegadas.
A equipe testou e acompanhou o sucesso na reconstrução de 58 casos de queimaduras faciais e cervicais (rosto e pescoço). Toda a pesquisa como os resultados foram publicados no capítulo 71 do livro ‘Tratado de Queimaduras’, publicado pela Livraria Atheneu, edição 2004, com o título ‘Enxertia da Face e Região Cervical’.
Em 2002, o trabalho foi recebido com sucesso pelos profissionais da área, quando o professor Werther Marchesan apresentou seus resultados durante o 4º Congresso Internacional de Queimaduras, realizado em Seattle, EUA., em agosto daquele ano.
Werther Marchesan é cirurgião plástico, especialista em reconstrução de face, professor do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRP-USP e membro titular das Sociedades Internacional e Brasileira de Queimaduras.
Fonte: Assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP
Da Redação, Agência USP
