Saúde: HC da Unesp de Botucatu reduz uso de antibióticos e poupa R$ 200 mil

Objetivo é diminuir riscos de se criar, pelo uso excessivo e repetitivo da droga, bactérias resistentes ao produto

sex, 19/03/2004 - 9h41 | Do Portal do Governo

Levantamento realizado pela Comissão Permanente de Controle de Infecção Hospitalar apontou que o Hospital das Clínicas da Medicina/Unesp/Botucatu obteve, em 2003, expressiva redução no consumo de antimicrobianos. Em todo o ano foram utilizados 191 quilos do medicamento, enquanto, em 2002, haviam sido empregados 201 kg. Essa diminuição refletiu numa economia de cerca de R$ 200 mil/ano, pois o gasto com esses produtos baixou de R$ 1,8 milhão em 2002, para R$ 1,6 milhão no ano passado.

O docente do Departamento de Clínica Médica do HC, o médico Paulo Villas Boas, integrante da Comissão Permanente de Controle de Infecção Hospitalar, disse que o valor de 1 grama das diferentes drogas disponíveis é variável e custa, em média, R$ 20,00. Cada quilo do medicamento equivale a R$ 20 mil.

Bactérias resistentes

Os 191 quilos de antibióticos seriam equivalentes a 382 mil cápsulas ou comprimidos de 500 mg de princípio ativo – forma normalmente apresentada no mercado. A redução da quantidade de antimicrobianos utilizados no HC atende ao objetivo de diminuir os riscos de se criarem, pelo uso excessivo e repetitivo da droga, bactérias resistentes ao produto.

Villas Boas explica que desde outubro de 2003 os médicos do HC da Unesp de Botucatu são orientados quanto ao controle da prescrição dos antimicrobianos aos pacientes: “os profissionais receitam menos e melhor”.

A estatística mostrou que apenas 50,6% dos pacientes internados receberam tratamento com algum tipo de antibiótico, resultando um consumo médio por paciente tratado de 22,7 gramas no ano.

Como o HC mantém o índice de infecção hospitalar baixo (3,9% em 2003), os antimicrobianos empregados no combate a esse tipo de problema representaram, apenas, 7,6% do total. No uso profilático (medicina preventiva) foi gasto o equivalente a 64,2% do consumo anual dos produtos.

Enfermarias que mais consumiram antibióticos

Em relação à quantidade de gastos, as enfermarias que mais utilizaram antimicrobianos foram (em ordem decrescente) as do pronto-socorro, da clínica médica, da pediatria, da quimioterapia, das moléstias infecciosas e parasitárias, da gastrocirurgia, da ortopedia e cirurgia plástica, da dermatologia, da neurologia e da irologia. Só a enfermaria do PS consumiu 18 mil gramas dessa substância durante o ano, o que equivaleria, por exemplo, a 36.060 cápsulas de 500 mg de um antibiótico de primeira geração, como a cefalexina.

No total, os remédios mais empregados foram as cefalosporinas de primeira geração; sulfametoxazol + trimetoprim, penicilina G, clindamicina, cefepima, cefuroxima e ampicilina + amoxacilina.

Da Agência Imprensa Oficial

(AM)