Saúde: Gravidez na adolescência cai 21,4% no Estado de São Paulo

Quantidade de casos foi de 148.018 para 116.368, entre 1998 e 2002

seg, 30/06/2003 - 12h16 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo reduziu os casos de gravidez na adolescência em 21,4%, comparando dados entre 1998 e 2002. É uma vitória da Secretaria de Estado da Saúde, que tem investido no Programa Saúde do Adolescente e reduzido a cada ano os casos de gravidez entre adolescentes de 10 a 19 anos. Em 1998 foram 148.018 casos no Estado, contra 116.368 em 2002.

Desde 1996 a Secretaria adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social. A queda tem acontecido em todos os anos. Em 1999 foram 144.362 casos de gravidez na adolescência. Em 2000 foram 136.042. Já em 2001 houve 123.714. A adoção do novo modelo nasceu a partir dos resultados de uma pesquisa realizada no Estado que revelou que quase 90% dos adolescentes, de uma amostra de 2500 jovens entre 12 e 24 anos, de diversos municípios paulistas, conheciam algum método anticoncepcional e mesmo assim continuavam engravidando.

‘Observando os dados percebemos que as campanhas informativas sobre a necessidade do uso de anticoncepcionais eram importantes, mas não garantiam proteção. A insegurança, a baixa auto-estima, principalmente das meninas, e falta de um projeto pessoal eram fatores determinantes na vulnerabilidade do adolescente’, afirma Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente. ‘Em todo o mundo, somente Japão e Dinamarca têm esses índices em queda’.

Outros dados da pesquisa apontam que quanto maior o número de anos na escola, menor a chance de engravidar na adolescência. Também mostram que filhas de pais alcoólatras e de mães que engravidaram na adolescência têm maior chance de engravidar precocemente.

Com esses dados o Programa montou na Casa do Adolescente, serviço que funciona na capital, um atendimento multiprofissional feito por médicos de diversas especialidades_ enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e dentistas. Segundo Albertina esse modelo trabalha na prevenção, proteção e redução de danos. ‘Acolhemos adolescentes que não iniciaram sua vida sexual, já iniciaram ou passaram pela experiência da gravidez ou aborto’.

Nos últimos oito anos cerca de 15.500 adolescentes receberam atendimento na Casa do Adolescente_ mensalmente são feitas 200 matrículas. A Casa do Adolescente serve de referência para programas de outros Estados.

O Projeto Janela, da Casa do Adolescente, organiza oficinas com atividades artísticas, literárias, culinária e até cursos de línguas. Outro serviço oferecido é o Disk Adolescente, atendimento pelo telefone (11) 3819-2022, para tirar dúvidas. Em média, o serviço recebe 600 ligações por dia, 85% de mulheres (mães e adolescentes). As principais dúvidas são sobre sexualidade e namoro.

Para multiplicar a experiência da Casa do Adolescente a outros municípios, o Programa organiza cursos de capacitação periódicos. Nos últimos dois anos foram capacitados cerca de nove mil profissionais de praticamente todos os municípios paulistas. Além disso, os 350 monitores da saúde que integram o Programa Parceiros do Futuro recebem treinamento mensal para trabalhar com adolescentes nos finais de semana nas escolas estaduais da periferia da capital.

‘Foi essa rede de proteção criada e a adoção da abordagem integral da questão do adolescente que propiciou os bons resultados no Estado de São Paulo. Mas não é hora de descansar. Toda gravidez em menores de 15 anos é preocupante. A intenção da Secretaria é diminuir mais ainda esses índices’, comenta o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Saúde

M.J.