Saúde: Estudos comprovam a relação dos radicais livres com uma série de doenças

A pista não conseguiu explicar diretamente a anencefalia, ainda hoje de causa incerta, mas pôs os pesquisadores num terreno fértil e elucidou o papel

seg, 16/12/2002 - 16h20 | Do Portal do Governo

Estudos comprovam a relação dos radicais livres com uma série de doenças e reorientam tratamentos

Até há pouco tempo, esteve sob suspeita a ação dos radicais livres – moléculas ou fragmentos de moléculas com número insuficiente de elétrons, formados principalmente a partir de oxigênio. Agora, uma série de estudos comprova que eles são responsáveis pelo surgimento ou agravamento de vários problemas, como doenças hereditárias, intoxicação por chumbo, hipertensão, esquizofrenia, transtorno bipolar, diabetes e câncer.

A ponta desse iceberg surgiu em 1978, com os casos de anencefalia – fetos sem cérebro – e doenças respiratórias que apareceram na Vila Parisi, em Cubatão, no litoral paulista. Instigados por notícias de que os elevados níveis de poluição ambiental é que estariam provocando esses dois problemas, os químicos Etelvino Bechara e Marina Medeiros, ambos da Universidade de São Paulo (USP), foram lá pesquisar. Vencidas as dificuldades, coletaram sangue de habitantes do bairro e verificaram níveis elevados de enzimas antioxidantes – era um sinal do excesso de radicais livres, que pode ser danoso ao organismo. A pista não conseguiu explicar diretamente a anencefalia, ainda hoje de causa incerta, mas pôs os pesquisadores num terreno fértil e elucidou o papel dos radicais livres em uma série de outros males.

Os radicais livres são indispensáveis para a formação do ácido desoxirribonucléico (DNA), o portador do código genético, e atuam na destruição de bactérias e tumores, por exemplo. Mas se comportam como vilões quando produzidos e utilizados de forma desequilibrada – numa condição conhecida como estresse oxidativo -, pois passam a destruir membranas celulares, DNA e enzimas, criando uma situação favorável ao avanço de doenças neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer, e do processo de morte celular.


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