Saúde: Diminui taxa de incidência e mortalidade por HIV/Aids no Estado

Estudo aponta tendência de queda nos coeficientes de incidência da epidemia

qua, 30/11/2005 - 8h50 | Do Portal do Governo

De acordo com os dados mais recentes do Boletim Epidemiológico (Junho, 2005) elaborado pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids-SP, verifica-se uma tendência de queda nos coeficientes de incidência da epidemia hiv/aids no Estado.

De meados da década de 1990 a 2003, observa-se redução de 1,7 vezes entre os homens, e 1,5 vezes entre as mulheres. Desde 1996, a relação masculino-feminino é de 2:1, bastante diferente do início da epidemia quando esta relação chegou a 27 homens doentes para cada mulher.

Constata-se novamente a queda das taxas de mortalidade desde 1995: diminuição de 3 vezes entre os homens e 2 vezes nas mulheres. A relação de sexo nos óbitos é de 2 homens para 1 mulher. Trata-se de um importante indicador para avaliar o programa de controle da doença.

Observa-se ainda que desde 1998 a taxa de ocorrência de casos notificados diminuiu 4 vezes em menores de 4 anos, fato bastante auspicioso, que reflete a instituição da profilaxia durante o pré-natal das gestantes HIV positivas, diminuindo a transmissão vertical.

A principal categoria de transmissão é a sexual, em especial entre heterossexuais, que respondem por 55% dos casos.

No que se refere a escolaridade, desde 1993, os casos de aids predominavam entre as mulheres com menor grau de instrução que os homens, porém nota-se recentemente uma tendência de aumento de anos de estudo entre as mulheres, enquanto que nos homens verifica-se certa estabilidade.

Na medida em que há um aumento de sobrevida devido a melhoria da assistência como um todo, aumenta o número de casos entre pessoas de mais idade, diferentemente do observado na década de 80-90.

Nesse sentido, observa-se um deslocamento dos maiores coeficientes de incidência para faixas etárias mais altas, o aumento da proporção de heterossexuais e a manutenção das proporções, ano a ano, de casos por faixa etária depois dos 50 anos de idade apontam para a hipótese de que houve um deslocamento dos casos de AIDS para as faixas etárias mais velhas, pela maior sobrevida que estes pacientes hoje alcançam, provavelmente em decorrência do maior acesso da população aos serviços, métodos diagnósticos e terapêuticos, particularmente, à terapia anti-retroviral.

De 1980 até 30/06/2005 foram notificados ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo (ESP) 139.331 casos de aids, destes 99.067 (71,1%) são do sexo masculino e 40.264 (28,9%) do sexo feminino.

Por Emi Shimma, da Assessora de Imprensa do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP – Programa Estadual DST/Aids-SP

C.C.