Saúde: Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue é comemorado em 25 de novembro

O gesto é simples mas pode salvar vidas

seg, 25/11/2002 - 15h55 | Do Portal do Governo

O sangue humano não possui substituto, por isso, sempre que alguém precisa de transfusão para sobreviver, tem de contar com a solidariedade dos doadores. Pensando nessas pessoas que têm forte compromisso social, os hemocentros de todo o país comemoram o Dia Nacional do Doador Voluntário, em 25 de novembro. A data também serve para conscientizar a população para a importância do ato e incentivar a doação do sangue.

O gesto é simples para quem faz mas muito significativo para quem recebe. Doar sangue é rápido e seguro. O procedimento realizado por um técnico especialmente treinado leva de 10 a 15 minutos. Vale saber que cada doação poderá salvar até quatro vidas.

Para garantir um atendimento rápido e eficiente, a Fundação Pró-Sangue oferece a opção de marcar hora para doação. Basta entrar em contato com o disque Pró-Sangue 0800-550300, de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas, e aos sábados e feriados, das 8 às 18 horas.

O agendamento pode ser feito com duas horas de antecedência no Posto Clínicas, que fica na Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, 1º andar. Já nos postos Cachoeirinha, Castello Branco, Dante Pazzaneze, Mandaqui e Universitário, com 48 horas de antecedência.

Para doar sangue é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 18 e 60 anos, pesar no mínimo 50 quilos, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas que antecedem a doação e não estar em jejum. Recomenda-se que sejam evitadas comidas gordurosas antes da doação. Também é preciso apresentar um documento de identidade com foto. Os homens podem doar sangue em intervalos de 60 dias e as mulheres devem aguardar 90 dias para nova doação.
Estão temporariamente impedidas de doar sangue pessoas que apresentem gripe ou febre, mulheres grávidas, que tiveram bebê por parto normal há menos de 90 dias, ou cesariana há menos de 180
dias; pessoas que ingeriram bebida alcoólica no dia da doação e que fizeram tatuagem ou acupuntura nos últimos 12 meses.

Quem esteve nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins, onde há grande incidência de transmissão de malária, deve aguardar seis meses para doar sangue. Já os que moraram nessas regiões, devem esperar três anos.

Os que já foram infectados com malária, doença de chagas ou tiveram hepatite após os 10 anos de idade estão impedidos de doar sangue. Pessoas com comportamento de risco para a Aids, que tenham múltiplos parceiros sexuais, hábitos promíscuos, sejam usuários ou parceiros de usuários de drogas também terão o sangue rejeitado.

A sinceridade é muito importante

As pessoas devem informar os profissionais dos hemocentros sobre seus hábitos antes da doação. Isso porque a Aids não pode ser detectada imediatamente. Existe um período, conhecido como ‘janela imunológica’, que varia de três semanas a seis meses, em que o vírus da doença pode estar no organismo, mas ainda não pode ser diagnosticado. Os testes realizados no sangue doado pesquisam a presença de anticorpos para os vírus, que leva algum tempo para ser produzido pelo organismo humano.

A Fundação Pró-Sangue obedece normas nacionais, do Ministério da Saúde, e internacionais, da Associação Americana e do Conselho Europeu de Bancos de Sangue, de segurança do sangue e triagem de doadores. O objetivo do alto rigor no cumprimento das normas é oferecer proteção ao doador e ao receptor.

Imediatamente após a doação, a bolsa é encaminhada para o fracionamento enquanto as amostras seguem para a sorologia, onde são realizados 13 exames para detectar Chagas, sífilis, HIV, Hepatites B e C, ALT e Anti-HTLV-I e II. Quando há alteração sorológica, o doador é convocado a repetir os exames para confirmar ou não o diagnóstico. Independentemente da confirmação, o sangue é descartado.

Em seguida, são levados ao armazenamento onde aguardam os resultados dos exames. Quando os resultados confirmam que a bolsa é totalmente segura para transfusão, é transferida para as geladeiras de bolsas liberadas, ficando nos estoques da Pró-Sangue à disposição de 300 hospitais da Região Metropolitana de São Paulo.

O sangue é fracionado e os hemocomponentes são separados em quatro partes: o Concentrado de Hemácias, que pode ficar armazenado por 35 dias e é utilizado para corrigir as anemias, já que as hemácias são responsáveis pelo transporte do oxigênio; as Plaquetas, fundamentais para a coagulação do sangue, são muito utilizadas em pacientes que fazem quimioterapia e duram cinco dias; o Plasma fresco, rico em proteínas essenciais à coagulação do sangue são usados em coagulopatias, ou seja, doenças da coagulação como a hemofilia. Duram um ano congelados; e o Crioprecipitado, essencial em determinadas coagulopatias, como a doença de Von Willebrand, dura um ano.

Cíntia Cury


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