Saúde: Darcy Vargas é pioneiro em levar ensino ao quarto do hospital

Ação é resultado de parceria entre as secretarias estaduais da Saúde e da Educação

qui, 29/09/2005 - 11h41 | Do Portal do Governo

Há dez anos, crianças internadas no Hospital Infantil Darcy Vargas continuam normalmente seus estudos no próprio hospital, por meio do Programa Classes Hospitalares. Pioneiro na iniciativa, o Darcy Vargas atendeu mais de 50 mil estudantes que passam por longos períodos de internação.

Iniciada em 1995, a ação é resultado de parceria entre as secretarias estaduais da Saúde e da Educação. Ao longo dessa década, foi estendido para outras unidades. Agora, a Secretaria da Saúde pretende ampliá-lo. Dispõem desse serviço o Cândido Fontoura, Hospital do Servidor, Emílio Ribas, HC de Ribeirão Preto, Pirajussara e Darcy Vargas. O Cândido Fontoura, que em dois anos de funcionamento atendeu 500 crianças, terá mais uma classe ainda em 2005. O HC de Ribeirão Preto receberá até o final do ano mais uma professora, que se dedicará exclusivamente ao atendimento em leitos. As aulas no quarto são destinadas às crianças que não têm condições clínicas de ir até a sala de aula.

Atendimento personalizado

Um grupo multidisciplinar – médicos, assistente social e psicólogo -avalia caso a caso. Quando se verifica que o período de internação da criança será longo, essa equipe aciona o professor responsável pela Classe Hospitalar, que entra em contato com a escola para pedir o programa. As atividades e o currículo são definidos de acordo com a série em que o aluno cursa. Os jovens pacientes dispõem de salas de aula equipadas com carteiras, mesas, quadro-negro, computadores, aparelhos de TV e vídeo. Os professores da rede estadual de ensino orientam atividades lúdicas, aplicam exercícios e provas, de acordo com o currículo escolar de cada aluno.

As classes recebem jovens de 7 a 15 anos, matriculados no ensino fundamental (de 1a a 8a séries). “Além de garantir a continuidade pedagógica, a Classe Hospitalar é um estímulo para que as crianças sintam vontade de retornar ao convívio dos amigos, da escola e da família. Isso auxilia na recuperação dos pacientes”, afirma Ângela Maria Sanchez, do Hospital Infantil Cândido Fontoura. Segundo o diretor estadual de Saúde, Ricardo Tardelli, quando a criança recebe alta tem condições de retornar à mesma turma que freqüentava antes da hospitalização.

“Cabe às escolas a avaliação dos alunos na sua volta, mas o afastamento não implica em perda de conteúdo”, esclarece. Tardelli ressalta que, normalmente, o jovem costuma sair-se até melhor nos estudos durante o tempo de internação, por causa do atendimento individualizado e da atenção especial que recebe dos professores no hospital. “O trabalho desses educadores tem sido elogiado pelas escolas, pois quando os estudantes retornam estão com a matéria em dia. O aprendizado não fica comprometido”. Tardelli ressalta, porém, que a preocupação principal do projeto é a humanização hospitalar: “Nosso objetivo é manter a rotina mais próxima do que a criança tinha antes da internação”.

Sirlaine Aiala, Da Agência Imprensa Oficial

M.J.