Saúde: Conjuntivite viral atinge oito mil pessoas no Estado de São Paulo

Única forma de prevenir a propagação é a higiene pessoal do contaminado

seg, 24/03/2003 - 9h53 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial


A conjuntivite viral é doença comum no verão, época em que a aglomeração de pessoas e a alta temperatura propiciam maior proliferação do vírus causador. Neste ano, a doença manifestou-se mais fortemente em Santa Catarina e no Paraná. Em São Paulo, de janeiro até agora, a Secretaria da Saúde registrou aproximadamente oito mil pessoas com o problema. A Baixada Santista é a região com maior número de casos até agora.

Norma Helen Medina, diretora do Serviço de Oftalmologia Sanitária do Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão da Saúde, observa que todos os anos ocorrem surtos da doença. A mais violenta até hoje foi a de 1984, que atingiu o Brasil inteiro. Ela explica que não existe remédio para a conjuntivite viral. Mas há tratamento. ‘Por ser causada por vírus, não há medicamento. Mas o oftalmologista costuma receitar colírios de lágrima artificial, como auxiliar no período de tratamento.’

Os sintomas são olhos vermelhos, lacrimejamento, secreção esbranquiçada, edema nas pálpebras e, em alguns casos, hemorragia. A cura demora de 10 a 15 dias após a pessoa ser atingida. No jargão médico, a conjuntivite viral é uma doença denominada autolimitada, ou seja, extingue-se sozinha. O colírio receitado funciona como paliativo para alívio da dor. Compressas frias nas vistas também funcionam como auxiliar.

O contágio se dá pelo contato físico com a pessoa doente que coçou os olhos com os dedos, bem como qualquer objeto tocado por ela depois. ‘É uma das mais contagiosas, por contato, que existem.’, assegura a diretora. Qualquer um pode pegar a viral num aperto de mão ou ao tocar na maçaneta, telefone, mouse de computador, copo, talheres e demais objetos infectados. ‘E, depois, levar os dedos aos olhos.’

A única forma de prevenir a propagação é a higiene pessoal do contaminado e, se possível, que ele evite ambientes coletivos. A conjuntivite viral é muito transmitida em escolas, trabalho e entre a família. Além de repouso de cinco dias, os médicos recomendam troca diária de toalha, fronha, lençol e lavagem constante das mãos. ‘Se os olho lacrimejar, a pessoa deve usar lenço de papel descartáveis’, receita a médica.

Conjuntivite é qualquer inflamação do conjuntivo, membrana que recobre internamente as pálpebras e a esclerótica (o branco do olho). Além da viral, a doença pode ser do tipo bacteriana (curada por pomadas de antibiótico), outras que ocorrem por irritação ou por alergia a determinado colírio e ainda o tracoma, espécie de conjuntivite crônica, de tratamento prolongado.

Otávio Nunes

(AM)