As comemorações do centenário do Instituto Pasteur, referência nacional em pesquisa e controle de raiva animal e humana, começam nesta terça-feira, 5 de agosto, às 8h30.
Para celebrar a data histórica, o governo estadual e a Secretaria de Estado da Saúde programaram uma série de eventos, entre os quais destacam-se uma exposição sobre o centenário do Pasteur e um seminário internacional de raiva que reunirá especialistas de oito países. A abertura da exposição será às 8h30 (Espaço Fiat_ avenida Paulista, 407), e do seminário, às 9h (Hotel Crowne Plaza_ rua Frei Caneca, 1.360).
Em plena avenida Paulista desde o início do século passado, o Pasteur exporta a cultura de controle da raiva para o mundo. O centenário, curiosamente, é comemorado no mês em que os municípios realizam campanhas de vacinação contra a raiva para cães e gatos.
O Instituto ocupa uma das cinco casas mais antigas da Paulista, um imóvel com cerca de 1.200 m² de área total, que preserva, com pequenas modificações, suas características arquitetônicas desde 1918, quando o instituto foi doado ao governo do Estado. O Instituto Pasteur é o único laboratório que faz diagnóstico de raiva humana no Estado de São Paulo e sua atuação permitiu que os casos da doença praticamente desaparecessem. O último foi registrado em 2001.
A exposição, que será aberta ao público de 6 de agosto a 8 de setembro, terá dois módulos. O primeiro, ‘Trajetória do Instituto Pasteur – 1903-2003’, contará a história da instituição desde sua fundação, apresentando cerca de 60 painéis com fotografias, textos e documentos representativos de sua atuação e demonstrando a evolução do instituto durante estes 100 anos de existência.
O segundo módulo, ‘Louis Pasteur – 1822-1895’, apresentará uma coleção de 11 pôsteres sobre a vida e o trabalho do pesquisador francês que descobriu a vacina anti-rábica, abordando suas pesquisas e cristalografia, estudos do vinho, doença do bicho da seda, doenças infecciosas e profilaxia da raiva, dentre outras. A mesma exposição foi realizada pelo Institut Pasteur de Paris no centenário da morte de Louis Pasteur, em 1995.
Além da exposição fotográfica, será realizada, de 5 a 7 de agosto, no hotel Crowne Plaza, o Seminário Internacional de Raiva, reunindo especialistas do Brasil, África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, França, México e Venezuela. Dirigido a estudantes e profissionais de saúde pública, o encontro visa à atualização de conhecimentos científicos relativos à raiva e seu controle. As inscrições custam R$ 200,00 e podem ser feitas pelo telefone (11) 3361.3056.
Perfil
O Instituto Pasteur foi criado em 1903 por um grupo de beneméritos, como instituição privada, seguindo os ideais do cientista Louis Pasteur e colocando a ciência a serviço da saúde. Assim como as instituições dos demais países, o Pasteur produzia a vacina de forma artesanal, administrava e distribuía aos municípios do Estado de São Paulo e dos demais Estados da Federação. Antigamente, a vacina contra a raiva – 21 injeções – era aplicada na barriga do paciente.
Transferido ao governo do Estado em 1918, o Pasteur conta hoje com um quadro aproximado de 120 profissionais e é responsável, sobretudo, pelo diagnóstico virológico, sorologia para avaliação de anticorpos anti-rábicos e atendimento ambulatorial 24h horas para a população, realizado na sede do instituto. Em média, atende 5 mil pessoas por ano.
Desde 1996, o Pasteur também coordena o Programa de Controle da Raiva no Estado de São Paulo, o que contribuiu de maneira decisiva para a drástica redução dos casos de raiva em animais domésticos no Estado. No ano passado, 4,4 milhões de cães e 625 mil gatos foram vacinados nos municípios paulistas.
‘O Instituto Pasteur foi um marco na história de São Paulo e do país. Sua atuação permitiu que, nos últimos oito anos, apenas três casos de morte por raiva humana fossem registrados em todo o Estado’, afirma o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata.
Raiva
A raiva é uma doença fatal que ataca os mamíferos e pode ser transmitida ao homem. ‘Por isso a necessidade de procurar atendimento médico imediatamente após ferimentos causados por animais, especialmente os cães, gatos e morcegos’, recomenda a diretora geral do Instituto Pasteur, Neide Takaoka.
De 1993 a 2000, a média de casos de morte por raiva humana no Brasil era de 25 ao ano. Esse número caiu para 21 em 2001 e 10 no ano passado. De janeiro a junho deste ano, a doença também matou 10 pessoas no país. No Estado de São Paulo, o último registro de óbito por raiva humana foi ocorreu em 2001, no município de Dracena. Em 1997 foi registrada uma morte em Avanhandava e, em 1995, outra em Ribeirão Preto.
De 1983 a 2002, houve 20 casos de morte por raiva humana no Estado, contra 112 no período de 1975 a 1982. A queda é conseqüência direta da diminuição dos casos de raiva em cães e gatos, sobretudo depois que o Pasteur assumiu a coordenação do programa de controle, em meados da década passada. Em 1995, foram registrados 95 casos de raiva canina e nove de felina. No ano seguinte, apenas 11 ocorrências em cães e nenhuma em gato. Os dois últimos casos – um cão e um gato – ocorreram em 2002.
Eventos
Exposição ‘Centenário do Instituto Pasteur’
Local: Saguão do prédio da Fiat (Av. Paulista, 407)
Abertura: 05/08/03, às 8h30
Período da mostra: 06/08/03 a 08/09/03
Horário: 9h00 às 17h00, de segunda a sexta-feira
Informações: (11) 288.0088
Seminário Internacional de Raiva
Local: Hotel Crowne Plaza (R. Frei Caneca, 1360)
Abertura: 05/08/03, às 9h
Data: 05/08/03 a 07/08/03
Horário: 9h00 às 18h00
Inscrição: R$ 200,00
Informações: (11) 3361.3056
www.pasteur.sp.gov.br
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde
AM
