Saúde: Combate à dengue receberá novo reforço mesmo sem epidemia

Novos agentes começam a atuar na próxima semana

qua, 08/01/2003 - 15h17 | Do Portal do Governo

Mais 89 pessoas estão sendo contratadas para reforçar, a partir da próxima semana, as equipes de combate à dengue em diversas regiões do Estado, principalmente Araçatuba e Marília. No ano passado, mais de 350 agentes foram contratados para reforçar as equipes que atuam na Baixada Santista. ‘Não há epidemia da doença em São Paulo, mas estamos aumentando as equipes para evitar surpresas, principalmente em áreas onde casos de dengue foram registrados’, explica o superintendente da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Luiz Jacintho da Silva.

Vale lembrar que não existe vacina contra a dengue e que o combate à doença é responsabilidade de todos, já que a única forma de evitá-la é pela eliminação de focos do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

O verão é a época mais propícia do ano para o aumento de casos de dengue. É nesse período que o mosquito se prolifera. Os ovos do Aedes aegypti são colocados em paredes de locais sujeitos ao acúmulo de água, como vasos, pneus, latas, garrafas, ralos e reservatórios destampados e podem resistir ali por um ano e meio até a chegada das chuvas. Quando atingidos pela água, os ovos transformam-se em larvas e, cerca de dez dias depois, viram mosquitos.

A dengue é transmitida pela picada do mosquito fêmea infectado. O vírus da doença se aloja nas glândulas salivares do mosquito ao picar alguém infectado e, num período de oito a doze dias, se multiplica, tornando o mosquito capaz de transmitir a doença.

Por isso, é preciso evitar o acúmulo de água parada em recipientes, como vasos, pratinhos de plantas, pneus, entre outros, e manter caixas e reservatórios de água tampados. Além de remover a água dos recipientes, é necessário lavá-los e escová-los para retirar os ovos do Aedes aegypti, que por serem muito pequenos, dificilmente são percebidos.

Existem quatro tipos diferentes de vírus da doença, três deles já circulam no Brasil. A imunidade ao vírus é específica, ou seja, as pessoas infectadas por um tipo da doença são imunes apenas a ele, podendo ser reinfectados por qualquer um dos outros três tipos de vírus existentes. A reinfecção pode evoluir para a dengue hemorrágica, que é a forma mais grave da doença.

Ao primeiro sintoma deve-se procurar um médico

Ao apresentar os sintomas da doença, que são febre intensa, dor de cabeça, fortes dores nos olhos, na musculatura, nos ossos e nas juntas, a pessoa deve procurar um médico imediatamente. Na forma mais grave, a dengue pode causar sangramento pelas gengivas, pele e intestino, choque e até a morte. A doença só pode ser diagnosticada por exames clínicos e laboratoriais e a forma hemorrágica só é detectada dois dias após a infecção.

Quanto mais rápido for o tratamento, melhores as chances de se ter boa evolução do quadro clínico. Todos os casos de diagnóstico de dengue são notificados à Sucen, que envia equipes à casa e ao trabalho da pessoa infectada em busca de focos do mosquito para erradicá-lo.

As equipes eliminam as larvas e aplicam inseticidas para matar os mosquitos. O mesmo procedimento é adotado num raio de nove quadras do local. Mais informações sobre a doença podem ser obtidas no site da Sucen, www.sucen.sp.gov.br.

Cíntia Cury