Devido ao aumento no número de notificações de eventos adversos recebidas pelo Setor de Farmacovigilância relacionadas ao medicamento isotretinoína oral, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) faz um alerta aos profissionais de saúde para o uso correto do medicamento. ‘A isotretinoína não é medicamento de escolha para qualquer tipo de acne, ela só é indicada para casos de acne grave. O seu uso implica em controle de exames laboratoriais mensais, que são fundamentais para a continuidade ou não do tratamento’, disse a coordenadora do Setor de Farmacoviglância, Berta Mônica Napchan.
De acordo com estatísticas do CVS, no período de 1998 a 2003 foram recebidos 145 notificações de relatos de eventos adversos, ou seja, problemas que ocorreram durante o uso da isotretinoína oral. As notificações foram realizadas pelas indústrias farmacêuticas e pelos profissionais de saúde.
O problema mais grave está relacionado ao uso do medicamento por mulheres grávidas. Foram 14 notificações envolvendo gestantes, sendo que em um dos casos a criança nasceu com má formação na orelha e no lábio; três delas abortaram; seis não tiveram problemas e as outras o CVS aguarda relato complementar.
O CVS orienta para que seja realizado exame de gravidez antes de começar a tomar o medicamento e que seja feito o acompanhamento mensalmente através de exames, além de a paciente (em idade fértil) assinar o Termo de Consentimento, documento que explica os possíveis riscos.
Além disso, também foram registrados dois óbitos, sendo um por necrose hepática e outro por infecção generalizada.
Entre as reações relatadas estão: alterações psiquiátricas (alteração de comportamento, idéias suicidas ou psicóticas); manifestações neurológicas ( tonturas e convulsões); distúrbios hormonais ( alterações menstruais, ginecomastia e hirsutismo); ressecamento de pele e mucosa, queda de cabelo, sangramento nasal, problemas digestivos e alterações hepáticas.
Assessoria de Imprensa do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo
