O índice de satisfação dos pacientes com o Centrinho de Bauru chegou este ano a 99,9%. A pesquisa foi feita pela ouvidoria do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, nome completo da instituição.
O número revela crescimento no grau de satisfação de pacientes e acompanhantes pelo quarto ano consecutivo. No ano passado, foi 98%; há dois anos (96,3%); e no primeiro ano de avaliação, 93,1%.
“Nosso usuário é exigente, aponta falhas, mas também sabe reconhecer os acertos. Este é o fator que gerou elevado grau de satisfação em relação aos nossos serviços’, comenta a diretora hospitalar e ouvidora do Centrinho, Maria Irene Bachega.
Baseada em modelo disponível no Portal de Humanização do Ministério da Saúde, a pesquisa considerou grau de ‘satisfação muito alta’ apenas para as respostas que assinalaram nota 10. Nenhum serviço (setor ou referência às instalações, locais de espera, atendimento, identificação e vestimenta dos funcionários, limpeza, tempo de consulta e organização) esteve abaixo dos 84% de aprovação.
Humanização do atendimento
A totalidade dos entrevistados disse que recomendaria a instituição a amigos e familiares. Todos os pacientes e acompanhantes ouvidos consideraram que o hospital respeita o ser humano. Nenhum serviço ou tópico avaliado foi tido como causador de ‘satisfação muito baixa’ ou ‘satisfação baixa’. ‘É o resultado do esforço que todos os serviços e setores fazem para manter a excelência no atendimento, difícil de ser alcançada e, mais ainda, de ser mantida’, acrescenta Irene Bachega.
O superintendente do Centrinho, José Alberto de Souza Freitas (Tio Gastão), concorda: ‘Confirmar, por uma pesquisa, aquilo que já vemos no dia-a-dia, indica que estamos no caminho certo graças à humanização do atendimento, que tanto ajuda o paciente a recuperar a sua auto-estima’.
Mais de 200 pacientes
Aplicado em datas e locais variados para coletar diferentes opiniões, o questionário foi respondido por mais de 200 pacientes e acompanhantes no período de 17 de fevereiro a 20 de outubro, na sede do hospital (Rua Sílvio Marchione, 3-20 – Vila Universitária), nas subdivisões (recepção, ambulatório, saúde pública, centro odontológico e internação) e nas unidades fora da sede Cedalvi (Centro de Distúrbios da Audição, Linguagem e Visão) e CPA (Centro de Pesquisas Audiológicas), responsáveis, respectivamente, pelas áreas de reabilitação auditiva com o oferecimento de aparelhos auditivos e de implantes cocleares (ouvidos biônicos).
Reconhecimento nacional e internacional
Premiações também ratificam a importância do Centrinho/USP no tratamento orofacial. Já ganhou o prêmio Qualidade Hospitalar do Ministério da Saúde, há dois anos, pelo desempenho em 2000 e homenagem da Organização Mundial de Saúde (OMS), na Suécia, em 2001.
De passagem por Bauru, onde participou de encontro sobre ortodontia, em novembro, o professor Samir Bichara, há 35 anos na Universidade de Iowa, Estados Unidos, disse que o Centrinho é prova de que o Brasil pode estar em processo de desenvolvimento econômico, mas já é rico em ciência e pesquisa e coloca o País no mapa mundial da reabilitação.
‘A aprovação do nosso paciente, que é nossa razão de existir, aliada ao reconhecimento nacional e internacional fazem com que a gente siga sempre adiante para preservar o que está dando certo e concluir o que ainda falta ser feito’, completa Tio Gastão.
Em 36 anos, mais de 60 mil cadastros
Desde 1967, quando foi fundado, o Centrinho cadastrou mais de 60 mil pacientes das cinco regiões brasileiras e do exterior. Por ano, presta 250 mil atendimentos ambulatoriais com 5 mil internações e 4 mil cirurgias, sempre pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sua nova unidade, com 11 andares e capacidade para 200 leitos, iniciada em 1990, está paralisada há dois anos por falta de recursos.