Saúde: Centrinho da USP, em Bauru, completa 38 anos

Unidade é referência no tratamento de fissura labiopalatal

seg, 27/06/2005 - 14h34 | Do Portal do Governo

O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho) da USP, em Bauru, completou na última sexta-feira, dia 24 de junho, 38 anos de existência.

A unidade se destaca pela especificidade dos atendimentos em exames de alta complexidade, do histórico de humanização e de seu caráter universitário. São cerca de 65 mil pacientes cadastrados desde 24 de junho de 1967, data em que começaram as primeiras pesquisas e atendimentos de pessoas com fissura labiopalatal.

Referência mundial por seu amplo atendimento de caráter público e gratuito, o Centrinho hoje oferece também tratamentos para deficiência auditiva, visão subnormal, síndromes associadas (casos ainda mais graves) e para diversas anomalias do crânio e da face. O hospital reserva todos os seus 113 leitos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os números de 2004 demonstram o alcance e a relevância do hospital no cenário nacional: só entre os pacientes com anomalias craniofaciais, o Centrinho atendeu pessoas de 3.114 diferentes municípios de todo o Brasil; com deficiência auditiva, o alcance foi de 1.565 municípios.

No mesmo ano, foram feitos 73.252 atendimentos médicos, 64.918 atendimentos odontológicos e 173.661 atendimentos complementares, além de 4.857 atos anestésicos, 8.188 atos cirúrgicos e 4.985 internações.

O trabalho no Centrinho mobiliza cerca de 830 funcionários, entre servidores USP e funcionários da Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais (Funcraf). O tratamento completo e integral mobiliza equipes mistas de saúde (do assistente social ao fonoaudiólogo e cirurgião plástico) e pode durar até 18 anos para a alta.

Por ser referência no assunto, o Centrinho também forma e treina recursos humanos, oferecendo pós-graduação, lato e strictu senso, e residência médica em otorrinolaringologia. No início deste ano, a instituição foi reconhecida pelos Ministérios da Saúde e da Educação como ‘hospital de ensino’, o que poderá culminar em um novo esquema de repasse de verbas mensais.

‘O importante é que tudo o que criamos, aperfeiçoamos, implantamos e democratizamos tem uma única motivação: o nosso paciente, que também é o nosso verdadeiro mestre’, destaca o professor José Alberto de Souza Freitas (mais conhecido como ‘Tio Gastão’), superintendente do Centrinho.

Ciência e humanização

Na semana comemorativa, além de diversos eventos envolvendo pacientes, pais e funcionários, o Centrinho recebeu a visita William Shaw e Gunvor Semb, ortodontistas da University Dental Hospital de Manchester (Reino Unido). Junto de Marcos da Cunha Lopes Virmond, cirurgião-plástico de Bauru e diretor do Instituto Lauro de Souza Lima (especializado em hanseníase), o casal visitou as instalações do hospital a fim de realizar uma avaliação institucional.

‘Naquilo que faz, o Centrinho é o maior do mundo’, destaca Shaw, que já esteve no local em outras ocasiões. ‘Aqui, ciência e humanização estão definitivamente de mãos dadas’, completa.

A semana de aniversário também foi marcada pela visita do reitor da Universidade de Fernando Pessoa (Porto, Portugal), Salvato Trigo, e da professora Cremilda Medina, responsável pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da USP.

Agência USP de Notícias/Assessoria de Comunicação Centrinho/USP e Funcraf

C.C.