Saúde: Centrinho da USP de Bauru recebe equipamento para escrita em braille

Máquina de datilografia em braille aumenta aproveitamento escolar

qui, 08/04/2004 - 11h38 | Do Portal do Governo

O Centro de Distúrbios da Audição, Linguagem e Visão (Cedalvi) – unidade do hospital da Universidade de São Paulo, em Bauru, conhecido como Centrinho e especializado em anomalias craniofaciais, recebeu, no dia 1º, uma máquina para escrita em braille, mediante contrato de cessão por um ano. Fabricado pela Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, com valor estimado em R$ 2,5 mil, o equipamento foi cedido pela Associação das Mulheres Unimedianas (AMU), formada por médicas, esposas de médicos, funcionárias e voluntárias da Cooperativa Unimed.

A AMU de Bauru realiza diversas ações para comunidades carentes da cidade, com destaque para o Projeto Vida Iluminada, destinado a deficientes visuais. Em todo o Estado de São Paulo atuam, aproximadamente, 30 associações de mulheres unimedianas. ‘Nossa intenção é fazer uma ação socioeducativa, sem assistencialismo. Como em Bauru temos uma situação privilegiada, em vez de montarmos uma casa de atendimento, optamos por auxiliar instituições que atuam na área de deficiência visual, como o Lar Escola Santa Luzia e o Cedalvi’, explica a presidente da AMU, Margô Ribeiro Garcia.

Além de doar papéis especiais para a máquina, a parceria entre a associação e o Cedalvi apoiará ações de inclusão social e alfabetização do centro, oferecendo voluntárias de enfermagem e fisioterapia para apoiar o serviço.

Desenvolvimento e adaptação

“A máquina de datilografia em braille é a maneira mais rápida e prática para esse tipo de escrita, sendo fundamental na educação de pessoas com visão subnormal”, afirma a pedagoga Suzana Rabello, especialista em deficiência visual e responsável por esse programa no Centrinho. Ela explica que alguns leitores podem ler 125 palavras por minuto, mas o normal é uma média de 104. Mesmo existindo outros recursos que podem ser adaptados para o aluno cego, como livros gravados em fita cassete ou programas de computador com voz, Suzana diz que nenhum deles substitui a leitura e escrita Braille.

A máquina é compacta e leve. Se cada criança tivesse a sua, poderia levá-la para escola sem dificuldade, aumentando seu aproveitamento escolar. O convívio com outros alunos de sua idade serve de estímulo para seu desenvolvimento e adaptação ao mundo.

Acompanhamento familiar

Desde 1991, o Centrinho mantém um programa de diagnóstico e reabilitação de crianças com visão subnormal e cegueira por meio de sua unidade Cedalvi. Ao todo, 981 crianças, com idade entre zero e nove anos, recebem atendimento no setor de deficiência visual da instituição. Nove pacientes, que residem em Bauru, serão favorecidos com a máquina. “O equipamento beneficia a comunicação, coloca a pessoa na sociedade. Para a família, dobra o trabalho e pode gerar frustração porque a máquina não supre o visual”, explica a psicóloga Maria Estela Palamin, que trabalha com pacientes e seus familiares.

Regina Amábile, da Agência Imprensa Oficial

(AM)