São Paulo tem o Centro de Distribuição de Vacinas mais moderno e equipado do Brasil

Com investimentos de R$ 2,65 milhões, nova central vai armazenar e distribuir vacinas, soros e imunoglobulinas

qua, 14/04/2004 - 14h08 | Do Portal do Governo


São Paulo está ganhando a mais moderna e bem equipada área de armazenamento e distribuição vacinas, imunoglobulinas e soros – os chamados ‘imunobiológicos’ – do setor público do País. Trata-se do Centro de Distribuição e Logística Edmundo Juarez, no bairro de Pinheiros, Zona Oeste da Capital.

A nova central, inaugurada nesta quarta-feira, dia 14, pelo governador Geraldo Alckmin, vai garantir que esses medicamentos sejam conservados e distribuídos dentro do mais rigoroso controle da qualidade, na temperatura adequada e sem risco de contaminação, evitando que percam a capacidade de imunização. “O Centro é pioneiro no Brasil, com uma tecnologia que, talvez, nem a iniciativa privada tenha no País”, afirmou o governador.

Ele destacou que a unidade é de grande importância para a saúde pública, uma vez que favorece a prevenção. “A poliomielite, por exemplo, era uma doença grave e praticamente não existe mais. Há muitos anos o Brasil erradicou a paralisia infantil. E isso aconteceu com a ‘gotinha’, com a vacina Sabin”, disse.

Na opinião do secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, o Centro é um passo importante para aprimorar a qualidade do armazenamento e da distribuição dos imunobiológicos. Ele lembrou que durante o ano todo o Estado armazena e distribui 48 milhões de doses de vacina. “Se ocorresse um acidente que elevasse a temperatura que conserva as vacinas, perderíamos uma grande quantidade de vacinas. Além do prejuízo econômico, não teríamos condições de repor esses medicamentos em tempo hábil para imunizar a população”, explicou.

De acordo com Barradas, com a não conservação de vacinas na temperatura adequada, ela se inativa. “Ela fica inócua. É a mesma coisa que aplicar água nas pessoas. É por isso que, quando vamos ao posto de saúde, vemos a enfermeira pegar a vacina na geladeira para aplicar. E se essa geladeira não estiver com a temperatura ideal, corremos o risco de tomar uma vacina que não vai imunizar”, disse.

O secretário lembrou que antes da construção do novo centro, o armazenamento e a distribuição de vacinas eram feitos no mesmo local onde foi erguido o prédio atual. “Nós tínhamos uma câmara fria, mas era ultrapassada. Era uma geladeira comum. Grande, mas uma geladeira comum. A que está sendo inaugurada hoje tem controle computadorizado de temperatura, com registros a cada cinco minutos. Tem também um gerador próprio para manter a temperatura da câmara fria e esse computador está ligado na casa das pessoas que gerenciam esse centro. Isso permite que os responsáveis sejam imediatamente comunicados, em fins de semana ou feriados, e possam tomar as providências necessárias para conservar os imunobiológicos”, ressaltou.

O Centro de Distribuição e Logística contou com investimentos de R$ 2,65 milhões, entre obras e equipamentos de última geração, e tem 1,2 mil metros quadrados de área útil. Segue todas as normas de armazenamento preconizadas pelos fabricantes de vacinas: conta com duas câmaras de temperatura negativa (-18º C), com 190 metros cúbicos cada; outras duas com temperatura positiva (2º a 8º C), com 250 metros cúbicos cada; e uma antecâmara para evitar a ocorrência de choques térmicos nos materiais armazenados.

Um sistema de sensores independentes vai permitir o acompanhamento do histórico do desempenho das câmaras à noite e nos fins de semana. Além disso, há dispositivos para monitorar a temperatura das vacinas, inclusive durante o transporte, ampliando o controle da qualidade dos produtos até o seu destino final. No caso de corte de energia, um gerador será acionado automaticamente após dez segundos, alimentando o sistema de câmaras e as luzes da área de manipulação dos materiais. A montagem das caixas para transporte do material será realizada em sala com temperatura controlada, de 21º C, e sistema de renovação do ar com pressão positiva, praticamente eliminando a presença de microorganismos.

Cíntia Cury

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