São Paulo tem mais R$ 290 milhões para Linha 5 do Metrô

Recursos do BNDES vão ajudar na finalização da obra que ligará Capão Redondo ao Largo Treze

qui, 27/06/2002 - 14h59 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin assinou nesta quinta-feira, dia 27, o contrato de financiamento no valor de R$ 290 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), na sede do banco na Capital, destinados à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os recursos serão utilizados na conclusão da 1ª fase da Linha 5 – que liga o extremo sul da Capital, Capão Redondo até o Largo 13, em Santo Amaro. Esta obra está sendo construída pela CPTM e será operada pelo Metrô. O custo total está orçado em US$ 646 milhões, sendo que US$ 263 milhões são provenientes do BID.

A Linha 5 do Metrô está praticamente concluída. A circulação do primeiro trem em caráter experimental para testes está prevista para meados de julho. A operação comercial, com o transporte de passageiros, terá início em setembro.

O novo financiamento está sendo autorizado dois dias após o governador Geraldo Alckmin ter assinado, em Washington, contrato com o Banco Mundial (Bird) de US$ 209 milhões para as obras da Linha 4 – Amarela – do Metrô, que vai ligar o bairro de Vila Sônia à Estação da Luz, passando pelas áreas da Consolação, Avenida Paulista e bairro de Pinheiros.

O presidente do BDES, Eleazar de Carvalho Filho, explicou que as condições de financiamento obedecem às normas tradicionais aplicadas pelo banco. O prazo de financiamento é de 15 anos, com carência de 18 meses para o início das amortizações, e será atualizado pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, do BNDES), com juros de 3,5% ao ano.

Carvalho disse que os R$ 290 milhões repassados ao Governo do Estado estão dentro de um programa nacional que o Banco tem na área de infra-estrutura urbana, especificamente voltada para o transporte público de massa. ‘BNDES já é parceiro do Governo do Estado em várias linhas do Metrô e considera a Linha 5 um investimento já concluído. Os recursos serão aplicados na implantação dos sistemas operacionais (alimentação elétrica, sinalização, telecomunicações, água, ventilação, segurança e manutenção), e na aquisição de equipamentos e material rodante (oito trens com seis carros cada um nesta fase). Para o BNDES, esses investimentos atendem um preceito fundamental para a instituição, que é a qualidade de vida do trabalhador, seguido do aumento de sua produtividade. ‘Já que ele passará menos tempo no trajeto de casa para o trabalho’, analisou.

O governador Geraldo Alckmin considera o transporte sobre trilhos a solução para evitar os imensos congestionamentos causados pelos cinco milhões de veículos no trânsito, e também uma opção para que a população não fique dependente dos ônibus, principalmente em dias de greve. ‘O caminho é investir em transporte de alta qualidade, com capacidade, rápido, eficiente, não poluente, confortável e seguro como o metrô’.

A agilização na expansão nas linhas de Metrô também foi citada pelo governador. ‘Precisamos aumentar a rede, que é pequena. Só temos 49 quilômetros de metrô para uma metrópole com mais de 10 milhões de pessoas’, observou. Com os 9,4 quilômetros que serão construídos nesta nova linha, a rede metropolitana será aumentada em mais 20%. Nos próximos cinco anos o Metrô de São Paulo deverá ter um acréscimo de 91 quilômetros em suas linhas.

Por outro lado, Alckmin disse que a rede de trem é grande. São 270 quilômetros e o transporte ferroviário vem sendo recuperado. ‘Nós queremos que todas as linhas de metrô e trem tenham o padrão do Expresso Leste, que é aquela que vem de Guaianases’, relembrou. Explicou que o objetivo do governo é expandir a rede metroviária e transformar a malha da CPTM em metrô de superfície. ‘A diferença do trem para o metrô é a peridiocidade do equipamento e a segurança. Se você tiver um trem a cada um ou dois minutos e com segurança, praticamente você tem um metrô de superfície’, detalhou.

Ele destacou o baixo custo da Linha 5 que recebeu investimentos de US$ 650 milhões em seus 9,4 quilômetros. ‘Nós tivemos metrô em São Paulo, em que o quilômetro custou US$ 230 milhões. Em média, geralmente são US$ 100 milhões. E nós estamos fazendo o quilômetro com US$ 65 milhões’, comparou.

Como funcionará a Linha 5

Com 9,4 quilômetros de extensão, a Linha 5 – Lilás terá 6 estações e irá atender 350 mil passageiros por dia. Fará integração com a futura Linha 7 – Celeste – do Metrô (atual linha C Celeste da CPTM) na Estação-Ponte Santo Amaro, a primeira do Brasil a ser construída em cima de uma ponte pênsil.

Futuramente, será construído o segundo trecho da linha, que ligará o Largo 13 de Maio à Chácara Klabin, passando pela Estação Santa Cruz, da Linha 1 – Azul. Quando concluída, a Linha 5 terá 19,8 quilômetros de extensão e 17 estações.

Já a Linha 4 – Amarela, terá uma extensão de 12,8 quilômetros e 11 estações, com capacidade para transportar 890 mil passageiros por dia. Sua implantação será em duas etapas: a primeira prevê a construção do trecho inteiro e cinco estações. As demais estações serão implantadas na segunda fase. O custo da primeira fase é de US$ 934 milhões, sendo US$ 194 milhões da iniciativa privada. Dos US$ 740 milhões restantes, US$ 209 milhões virão do Banco Mundial, conforme contrato assinado na terça-feira, dia 25, e outros US$ 209 milhões do Japan Bank International Corporation – JBIC. Os US$ 322 milhões restantes são provenientes do Tesouro. A obra deverá começar no fim deste ano, para estar pronta em quatro anos.

Duas linhas da CPTM serão transformadas em Metrô

Ao lado das linhas 4 e 5, já está programada a extensão Ana Rosa – Sacomã da Linha 2 – Verde, que terá cinco quilômetros, quatro estações e demanda de 310 mil passageiros por dia. O custo do projeto é de cerca de R$ 1 bilhão.

Além disso, duas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) serão transformadas em metrô: a Integração Centro, que será inaugurada dentro de 30 dias, ligando as estações Brás e Barra Funda, com investimentos de US$ 95 milhões, numa extensão de 29 quilômetros e demanda prevista de 500 mil passageiros por dia; e a Linha C (Osasco – Jurubatuba), futura Linha 7- Celeste do Metrô, com investimento de US$ 222 milhões, 24 quilômetros de extensão, 15 estações e demanda de 100 mil passageiros por dia. Esse número subirá para 300 mil passageiros quando estiver integrada às linhas 4 e 5.

Valéria Cintra/ Takao Miyagui