São Paulo firma parceria com União e com estado do Ceará na área de ciência e tecnologia

Participaram o governador Alckmin, o ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, e o governador do Ceará, Lúcio Alcântara

ter, 29/07/2003 - 17h55 | Do Portal do Governo


O Estado de São Paulo vai receber mais recursos do Governo Federal para investir na área de ciência e tecnologia, como também vai ajudar nos cursos acadêmicos de doutorado e mestrado no estado do Ceará e em quatro universidades da região Amazônica. O acordo faz parte de uma parceria firmada nesta terça-feira, dia 29, entre o governador Geraldo Alckmin, o ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, e o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), durante a abertura do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia, no Expo Center Norte. Paralelamente a este evento está sendo realizado, no local o 2º Salão de Inovação Tecnológica BrasilTec, até quinta-feira, dia 31.

Foram assinados sete convênios, entre o Ministério e a Secretaria da Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, que totalizam R$ 44 milhões, sendo metade do governo federal e a outra contrapartida do governo estadual que serão investidos nas seguintes áreas:

Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior, que vai oferecer 500 bolsas de estágios para alunos de nível médio das escolas públicas; Programa de Apoio à Infra-Estrutura para Jovens Pesquisadores, possibilita a aquisição de infra-estrutura para pesquisadores doutores recém formados que tenham vínculos com instituições de pesquisa do Estado; Programa de Apoio a Núcleos de Excelência, dirigido a grupos de pesquisadores experientes, vinculados às instituições de pesquisa do Estado, que desenvolverão projetos de ponta; Rede Nacional de Proteoma, que vai integrar os estudiosos da área aproveitando a infra-estrutura de laboratórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, propiciando o intercâmbio com outros estados e difundindo conhecimentos para todo o Brasil; implantação dos três Parques Tecnológicos do Estado: Capital e São Carlos, vinculados à USP, e no de Campinas, ligado à Unicamp. De acordo com o ministro, num prazo de três anos, o Ministério vai encaminhar mais de R$ 50 milhões para o Governo paulista.

Pelo fato do Estado paulista estar à frente de outros na área de Ciência e Tecnologia, a intenção do ministério é que São Paulo leve seus conhecimentos para que outras regiões também possam se desenvolver. “Precisamos do desenvolvimento de São Paulo para desenvolver o País, pois os pontos de excelência estão concentrados aqui na região sudeste”, disse Amaral, visualizando o aumento das exportações brasileiras. “Não há alternativas para o nordeste se não for por meio de investimentos maciços em ciência e tecnologia”. Por meio do convênio firmado hoje com o Governo do Estado, os docentes da USP darão cursos de doutorado e mestrado em quatro universidades na região Amazônica. O mesmo será feito no Ceará, com ênfase na capacitação profissional, segundo declarou o governador Lúcio Alcântara (PSDB). Ele também quer reforçar o ensino nas matérias de matemática e português em seu Estado.

O ministro Roberto Amaral também quer levar os conhecimentos na área de ciência e tecnologia da Unicamp e Unesp para o Estado do Piauí.

Alckmin acentuou que mais de 40% das pesquisas da Ciência Brasileira são produzidas em São Paulo e que o passo dado hoje foi no sentido de somar esforços para o desenvolvimento, visando ajudar a população.

Ele falou sobre a importância da inovação tecnológica estar próxima das cadeias produtivas, o que ajuda na qualidade e no custo da produção. Papel este, que vem a ser executado pelos parques tecnológicos, a serem implantados na Capital e em São Carlos, por meio da USP, e em Campinas, pela Unicamp. A finalidade destes espaços é aproximar universidades e empresas, estimulando o surgimento de novas empresas de base tecnológica.

Questionado sobre a proposta da reforma tributária, que desvincularia a receita destinada para a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Alckmin comentou que, se houver a aprovação da desvinculação, o Estado de São Paulo não vai tirar um centavo das áreas de educação, da saúde e da ciência e tecnologia. “Nós investimos por convicção. Não porque o Tribunal de Contas obrigue. Vamos manter os mesmos percentuais”, declarou.

Como destaque aos investimentos do Governo na área de educação, ele citou que, no próximo dia 18, começam as aulas dos novos campi no Estado: Ourinhos, Dracena, Tupã, Rosana, Sorocaba, Iperó, Registro e Itapeva, que resultaram em 1.015 vagas. Além dos 9,57% do ICMS determinados pela lei para serem investidos na educação, o Governo aplicou R$ 58 milhões na construção dos novos campi.

Referindo-se à importância de se investir em inovação tecnológica, o secretário da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, alertou para as necessidades dos institutos brasileiros estarem atentos à certificação de cada etapa do processo produtivo, uma vez que a partir de dezembro nenhum produto brasileiro de origem rural poderá entrar nos Estados Unidos se não obedecer às normas americanas da lei de bioterrorismo. “Quarenta e três por cento das exportações do País poderão ter limitação no mercado mundial”, disse Meirelles.

Valéria Cintra