São Paulo aprimora prevenção contra acidentes de verão

Em cinco anos, caiu 85% o número de mortes provocadas por deslizamentos de terra nas cidades controladas por sistema coordenado pelo IPT

qui, 17/01/2002 - 17h10 | Do Portal do Governo

Plantões de 24 horas são rotina, até março, para as equipes do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) do Litoral e do Vale do Paraíba, diz Eduardo Soares de Macedo, coordenador dos trabalhos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) no Plano em São Paulo.

As equipes do PPDC iniciaram em dezembro esse trabalho que só vai terminar em março e inclui acompanhamento de chuvas, consultas à previsão meteorológica e cuidadosa vistoria da área controlada.

Dessa forma, as equipes podem detectar problemas como trincas no solo e nas casas, degraus de abatimento, estruturas rígidas inclinadas e escorregamentos, que indicam risco de desmoronamento.

O Plano é dividido em quatro níveis, indicadores da gravidade da situação: observação, atenção, alerta e alerta máximo. Eduardo explica que quando o terceiro nível (alerta) é atingido, a Defesa Civil da cidade aciona o IPT, cuja função é checar o trabalho das prefeituras em obras emergenciais e atendimento dos moradores, além de esclarecer dúvidas e auxiliar no que for necessário.

Resultado disso é que, embora continuem ocorrendo deslizamentos, nos últimos cinco anos, apenas duas pessoas morreram na área abrangida pelo Plano, muito menos que as 37 mortes ocorridas na cidade de São Paulo e 48 em outros municípios paulistas, nesse período e pela mesma causa.

No início do controle, o índice de vítimas fatais era 2,7 por ano; nos últimos cinco anos caiu para 0,4 morte/ano, uma redução demais de 85%.
Agora, o IPT está estudando a implantação de um programa eletrônico de monitoramento, que vai operar em tempo real, via satélite, dando rapidez à coleta e análise de informações.

Antes de iniciar os plantões, de setembro a novembro, o IPT, o IG e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) dão cursos de aperfeiçoamento e reciclagem para os técnicos municipais e também para moradores nas áreas de risco, além de treinar voluntários e outros interessados nos trabalhos de prevenção.

No âmbito estadual, o Plano é coordenado pela Cedec e no local, pelas prefeituras. O IPT dá apoio técnico, com colaboração do Instituto Geológico no litoral.

O Plano foi implantado no Vale do Paraíba no ano passado, repetindo a experiência iniciada no Litoral em 1988. Nessa época, o IPT e outros três institutos paulistas, o de Botânica, o Geológico e o Florestal, realizaram um amplo levantamento de problemas de instabilidade na Serra do Mar, e a partir disso foi elaborado o Plano, com o objetivo de prevenir acidentes graves, como morte de pessoas, por causa de deslizamentos de terra.

O controle é feito em 8 cidades do Litoral e 16 do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira. Na Baixada Santista são monitoradas Cubatão, Guarujá, Santos e São Vicente.

No Litoral Norte, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. No Vale do Paraíba, Aparecida, Areias, Bananal, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Jacareí, Lavrinhas, Paraibuna, Piquete, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Santa Branca, Queluz. Na Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí.