Nova rota industrial e comercial está se firmando na Grande São Paulo, em áreas próximas ao Rodoanel Mário Covas, que terá dimensão nacional, pois vai facilitar o fluxo de carga que vem ou parte de São Paulo para diversas regiões do País e também a países integrantes do Mercosul.
Os empreendimentos vão desde dois restaurantes da rede Frango Assado, instalados na Rodovia dos Bandeirantes em pontos estratégicos para ‘pegar’ quem sai e quem entra no anel viário, até centros de distribuição de grandes empresas como Pão de Açúcar, Carrefour e Panamco, a maior engarrafadora da Coca Cola, no País.
Duas das maiores redes de supermercados estão há anos na região, onde instalaram grandes centros de distribuição, o Pão de Açúcar (desde os anos 70) e o Carrefour (há três anos). O Pão de Açúcar tem cinco depósitos na Anhangüera, somando 250 mil metros quadrados, com fluxo diário de 2 mil caminhões. Os depósitos armazenam produtos de todo o mix da rede (desde alimentos perecíveis a eletrodomésticos), destinados a abastecer 90% das 414 lojas instaladas em todo o País.
O Carrefour inaugurou, há três anos, seu centro de distribuição em Osasco, às margens da Anhangüera. Na primeira fase, ocupava 40 mil metros quadrados. Agora, ampliado para 100 mil, abastece 70 lojas de sua rede de 77 hipermercados e 130 supermercados. Nesse trabalho, o fluxo médio diário é de 250 caminhões para recepção e expedição de mercadorias.
Em Osasco, o Centro de Logística da Panamco tem 40 mil metros quadrados de área construída em um espaço de quase 100 mil. Por seu depósito, transitam diariamente até 600 veículos, carregados com 8,8 mil toneladas de garrafas de refrigerantes, cerveja e águas.
Outras indústrias têm unidades de produção ou distribuição nas margens das rodovias a serem integradas pelo Rodoanel ou planejam mudar-se para essas áreas. No próximo ano, a Natura vai inaugurar sua sede em Cajamar, onde investiu R$ 205 milhões. A instalação inclui um centro de inovação para sua linha de cosméticos. Do centro de distribuição da Kolynos, em Osasco, sai 80% de sua produção, destinada ao Interior do Estado ou a outros Estados brasileiros.
Em Itapevi, está a fábrica da Cibahia, transferida de Barueri, para aproveitar a proximidade ao Rodoanel e favorecer a entrada de matéria-prima, fumo proveniente de Santa Cruz do Sul (RS) e o transporte de seu produto de exportação, os charutos Menendez & Amerino, pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
A confecção Passy mudou-se de um bairro da zona oeste paulistana para o Pólo Industrial Jandira-Itapevi, onde outras 15 também se instalam.
Está em estudo a transferência da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), do bairro de Vila Leopoldina, na Capital, para uma área de 1 milhão de metros quadrados, entre as rodovias Raposo Tavares e Castelo Branco ou entre Raposo e Régis Bittencourt.
A construção de uma megaloja está nos planos do grupo francês Lerroy Merlin, da área de material de construção civil. O local será às margens da Rodovia Raposo Tavares, nas vizinhanças da loja do Carrefour.
No quilômetro 17,5 da Anhangüera, alguns fornecedores da rede Mc Donald`s investiram US$ 70 milhões para instalar um conjunto que inclui fábrica de pães, da Food Town, e centro de distribuição de outros produtos.
Em Carapicuíba, foi inaugurado em outubro o Helipark, heliporto para receber até 150 0helicópteros, montado em área de 150 mil metros quadrados, de frente ao Rodoanel, no trecho entre Castelo Branco e Raposo Tavares. No local, projeta-se ainda a construção de galpões para fracionamento de carga.
Para área de 2 milhões de metros quadrados, próxima ao trevo da Raposo com a Régis Bittencourt, há um projeto de megashopping orçado em US$ 1 bilhão.
Mesmo quem está longe do primeiro trecho do Rodoanel já se prepara para aproveitar a melhora na infra-estrutura de transporte. A Volkswagen reformulou a logística de sua unidade em São Bernardo do Campo, abrindo uma nova portaria para caminhões, de modo a facilitar o acesso ao Rodoanel, no sentido do litoral (Imigrantes e Anchieta).
A nova entrada vai receber 10% dos 1,2 mil caminhões que diariamente suprem a fábrica com peças e componentes, e fica a 300 metros do pátio por onde passará o Rodoanel.
Cecilia Zioni
