Robótica: Pesquisadores estudam como corrigir falhas em robôs industriais

Objetivo é fazê-los operar em ambiente de microgravidade

sex, 21/03/2003 - 15h31 | Do Portal do Governo

Mais de 1 milhão de robôs encontram-se espalhados atualmente pelo planeta, executando tarefas em usinas nucleares, plataformas submarinas, fábricas de automóveis e até em hospitais, ajudando médicos a realizar delicadas cirurgias cardíacas e neurocirurgias, de acordo com a Federação Internacional de Robótica.

Alguns especialistas estimam que, por volta do ano 2010, o número de sistemas robóticos presentes em domicílios estará na casa dos 5 milhões de unidades. Com isso, aspectos relacionados à confiabilidade e à segurança dessas máquinas vêm recebendo atenção redobrada dos especialistas em robótica.

O grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), comandado pelo engenheiro elétrico Marco Henrique Terra, tem se dedicado nos últimos anos a estudar como detectar e corrigir falhas em robôs manipuladores, o jargão técnico para os braços robóticos.

‘Falhas em robôs manipuladores podem originar movimentos descontrolados, podendo causar danos ao equipamento, ao ambiente de trabalho e às pessoas presentes nele’, diz Marco Terra, um dos coordenadores do Laboratório de Sistemas Inteligentes (Lasi) do Departamento de Engenharia Elétrica da EESC. Eles desenvolveram protótipos que conseguem simular movimentos no espaço, graças a um dispositivo presente no próprio robô capaz de criar um colchão de ar, simulando um ambiente de gravidade zero. O colchão é uma fina lâmina de ar de 2 milímetros de espessura localizado entre o braço robótico e a superfície da mesa de mármore onde eles operam. Ele é formado a partir de um compressor e de um sistema de mangueiras conectadas à base do robô que sopram ar sobre a mesa.

Com isso, o robô flutua, sem atrito nenhum com a superfície, exatamente como se estivesse no espaço. ‘Com essa tecnologia é possível estudar aspectos de controle do robô em ambientes com ausência de gravidade. Nossos estudos são importantes porque, na ocorrência de falhas recuperáveis, a correção do problema deverá ser feita pelo próprio robô’, explica Marco Terra. ‘Acredito que a pesquisa pode ser útil para agências e institutos de pesquisas espaciais.’

Trabalho simultâneo – Os estudos, iniciados há cinco anos, têm contado com apoio da FAPESP, dentro da linha regular de auxílio à pesquisa. Desde 1998, Marco Terra trabalha na montagem e no controle de um braço robótico. A pesquisa é feita com a participação de pesquisadores do Robotics Institute da Carnegie Mellon University, da Pensilvânia, Estados Unidos. Foram eles que montaram os dois robôs existentes no Lasi, denominados UArm II. O segundo projeto, de 1999, teve como meta estudar o problema de detecção e isolamento de falhas em robôs cooperativos e a posterior reconfiguração do sistema de controle. Robô cooperativo é o nome dado a dois robôs que trabalham simultaneamente e de forma complementar numa mesma tarefa. Eles geralmente são aplicados em tarefas que não podem ser executadas satisfatoriamente por um único robô, como manipulação de cargas muito pesadas e montagens que envolvam diversas peças.

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