Revista Fapesp: Estudo sobre a própolis resulta em patentes para análise

Propriedades anti-sépticas, cicatrizantes e antiinflamatórias têm sido estudadas há mais de duas décadas

ter, 28/01/2003 - 20h13 | Do Portal do Governo

As propriedades anti-sépticas, cicatrizantes e antiinflamatórias da própolis, uma resina produzida pelas abelhas para vedar e esterilizar as colméias – daí o nome de origem grega, pro (defesa) e polis (cidade) -, têm sido objeto de estudos há mais de duas décadas. Mesmo assim, quando a pesquisadora Maria Cristina Marcucci Ribeiro foi à Espanha, em 1995, e levou amostras de própolis brasileira para estabelecer comparações com a européia, descobriu diferenças importantes entre os principais compostos químicos.

De lá para cá, Maria Cristina, atualmente professora da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), desenvolveu várias pesquisas tendo a própolis como objeto principal dos estudos. Como desdobramento, os trabalhos resultaram em duas patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e financiadas, em 2002, pelo Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (Nuplitec) da FAPESP. A primeira, chamada pela pesquisadora de ‘patente-mãe’, classifica (quimicamente) a própolis brasileira de regiões tradicionalmente produtoras, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A patente trata do processo desenvolvido pela pesquisadora para análise e determinação do tipo de própolis segundo marcadores químicos. ‘Esse levantamento permitirá estabelecer padrões para a própolis obtida em cada região, facilitando a produção de medicamentos’, explica Maria Cristina.

A segunda patente trata de formulação à base dessa resina vegetal para uso odontológico, sem álcool, o que a torna completamente diferente dos produtos similares disponíveis no mercado. Foi durante o desenvolvimento do anti-séptico bucal que Maria Cristina percebeu a necessidade de as empresas terem produtos padronizados capazes de oferecer os mesmos componentes químicos, ainda que obtidas de fornecedores diferentes. O trabalho de tipificação da própolis contabiliza mais de 2 mil amostras analisadas. Para chegar ao anti-séptico bucal dissolvido em água, que tem patente pedida no Brasil, foram feitos testes em bactérias cariogênicas (causadoras das cáries) com a participação do professor Walter Bretz, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

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