Alessandra Alves de Souza, pesquisadora do Centro de Citros “Sylvio Moreira”, do Instituto Agronômico (IAC), foi agraciada com o Prêmio Fundação Bunge Juventude. Esta é a segunda vez que um cientista do Instituto recebe o reconhecimento — em 1988, o pesquisador Alcides Carvalho, ícone da pesquisa em cafeicultura, foi premiado na categoria Ciências Agrárias/Biotecnologia.
O objetivo do prêmio é reconhecer a atuação de profissionais que contribuem significativamente para o desenvolvimento intelectual brasileiro, estimular a criatividade em diferentes áreas e incentivar o desenvolvimento de talentos.
A pesquisadora do IAC que concorreu ao Prêmio Fundação Bunge Juventude, na categoria agronegócio, é graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pernambuco, Estado onde nasceu. É doutora em Genética e Biologia Molecular, pela UNICAMP, e mestre em Microbiologia Agrícola, pela USP. Alessandra ingressou no quadro de pesquisadores do IAC neste ano, quando tomou posse após ser aprovada no último concurso. Mas sua atuação no Instituto Agronômico começou em 1997, no laboratório de Biotecnologia do Centro de Citros, em Cordeirópolis. Dois anos depois, o estudo da bactéria Xylella Fastidiosa, uma das principais doenças que afeta as regiões produtoras de citros no País, tornou-se o foco de sua atenção. Também atuou como pesquisadora da Embrapa no projeto do Instituto do Milênio do MCT/CNPq, coordenado pelo Centro de Citros do IAC, sendo responsável pelo desenvolvimento do projeto de análise comparativa de genes da Xylella Fastidiosa.
A jovem pesquisadora, que mostra habilidade para conduzir os cuidados com a família e os compromissos profissionais, é autora de 31 artigos publicados e um capítulo de livro. Já em 2000 sua dedicação refletia os resultados — recebeu a honra ao Mérito Cientifico e Tecnológico do Estado de São Paulo e, em 2001, a Sociedade Paulista de Fitopatologia considerou um de seus artigos científicos como um dos melhores da área.
“Ser agraciada com este título representa um reconhecimento muito grande ao pesquisador, pois é o maior prêmio concedido por uma iniciativa privada como incentivo à produção intelectual do País. Na minha carreira este prêmio proporciona um enorme estímulo para o desenvolvimento e execução de projetos voltados ao agronegócio, além da alegria e responsabilidade em ver meu nome ao lado de nomes de grandes personalidades brasileiras que já foram premiados pela Fundação Bunge.”, declara Alessandra.
A notícia da premiação foi comemorada pelos colegas do Centro de Citros, juntamente com o diretor do Centro, Marcos Machado, e o diretor-geral do IAC, Orlando Melo de Castro, que indicaram o nome de Alessandra para concorrer ao Prêmio. A avaliação da Bunge foi feita com base na tese de doutorado e no currículo da pesquisadora. “O que nos levou a acreditar na possibilidade de premiação foi o fato de que a minha linha de pesquisa está centrada no genoma funcional da bactéria Xylella fastidiosa, que é responsável pela clorose variegada dos citros (CVC ou amarelinho), doença que causa prejuízos de mais de 100 milhões de dólares à citricultura paulista”, avalia.
De acordo com a pesquisadora, sua tese de doutorado elucidou os prováveis mecanismos de patogenicidade dessa bactéria e os prováveis genes envolvidos nos diferentes processos, o que abre uma real perspectiva para estudos de controle dessa doença. “Pretendo sempre fazer com que o Instituto Agronômico se orgulhe de seus pesquisadores e dos resultados, fruto dos nossos trabalhos, que o Estado de São Paulo gera para o Brasil dentro do agronegócio”, diz a agraciada.
O anúncio dos contemplados no 26º Prêmio Fundação Bunge Juventude e no 50º Prêmio Fundação Bunge foi feito no último dia 5 de agosto, em São Paulo. Em sessão solene realizada no Salão Nobre do Tribunal de Justiça de São Paulo, os nomes foram escolhidos pelo Grande Júri formado por reitores das principais universidades do País, Ministro de Estado e representantes de institutos e entidades científicas e culturais. Orlando Melo de Castro, diretor-geral do IAC, órgão da APTA/SAA, participou da comissão que escolheu os agraciados da 50ª edição do Prêmio Fundação Bunge.
Por Carla Gomes, da Assessoria de Comunicação do IAC
C.C.
