A Sabesp, empresa ligada à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e obras do Governo do Estado de São Paulo, e a Universidade de São Paulo estão desenvolvendo projeto para aproveitamento da biomassa na geração de energia que vai atender às necessidades da própria Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri, a maior da América Latina.
O biogás é mais um produto resultante do processo de tratamento de esgotos que pode gerar energia e trazer ganhos ambientais. Normalmente, o gás produzido pelo esgoto é queimado, antes de voltar para a atmosfera, o que representa um desperdício considerável de um bem que pode ter um uso econômico.
A USP, através do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEEE), entra no projeto pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) com know how na exploração de fontes de biomassa para produção de energia, enquanto que a Sabesp participa com a matéria-prima e as instalações da ETE Barueri.
O cronograma aponta o início da produção de energia para setembro deste ano. Quando esta primeira fase estiver implantada, 1/3 da energia necessária para o funcionamento da ETE Barueri já estará sendo produzida a partir do biogás.
Levando-se em conta que as despesas com energia elétrica chegam a R$ 450 mil por mês, cerca de R$ 150 mil serão poupados a cada 30 dias. É bom considerar, no entanto, que, nos primeiros anos de funcionamento, essa economia servirá para amortizar o capital investido no projeto. O item energia representa 31,4% das despesas mensais realizadas pela ETE Barueri.
A capacidade instalada dos dois geradores será de 2.600kW, o que significa 20 milhões de kWh por ano. Esse consumo é equivalente à demanda de 5 mil residências de classe média durante um ano.
Simultaneamente a este programa, um outro projeto está sendo desenvolvido, para utilização de microturbinas com capacidade de 30 a 100 KW utilizando biogás de esgoto, mas tendo como foco as pequenas comunidades e pequenos volumes de esgotos.
A meta final será criar tecnologia que permita o uso do biogás em cidades de pequeno porte com turbinas do tamanho de uma geladeira. Essa tecnologia é novidade até nos Estados Unidos e estará sendo trazida para o Brasil. O valor total de investimento, incluindo o programa e o projeto, é de US$ 2,2 milhões.
